O quarteto de Liverpool superou todas as barreiras e enfrentou a censura do país, mas os músicos realmente influenciaram na queda de braço da Guerra Fria?
O dia 9 de fevereiro de 1964 ficará para sempre marcado na história da música. Afinal, a data marca a primeira vez que Os Beatles se apresentaram ao vivo na América. Na ocasião, o programa The Ed Sullivan Show bateu a marca de 73 milhões de telespectadores — o que representava a incrível marca de três quartos da população adulta dos Estados Unidos assistindo o programa.
Desde então, o quarteto de Liverpool influenciaria a sociedade ocidental em vários aspectos. Ali começava uma revolução que ultrapassaria o ramo musical e se estenderia pela moda, religião, liberdade política, arte, cinema, geografia e afetaria até mesmo a queda do comunismo.
Enquanto o Ocidente gastava bilhões de dólares tentando derrubar o comunismo, John, Paul, Ringo e George fizeram isso com a música. Em entrevista nos anos 2000, o diretor Milos Forman (Um Estranho no Ninho) declarou concordar com a afirmação: “Parece ridículo, mas não é. Estou convencido de que os Beatles são parcialmente responsáveis pela queda do comunismo”.
O governo soviético tentou arduamente moldar e controlar a cultura e a sociedade dos países que estavam sob sua esfera de influência. Assim, eles consideraram que o tipo de música tocada pelos Beatles causava delinquência, alcoolismo, vandalismo e até mesmo o estupro. Eles eram a banda mais popular do planeta, mas foram banidos da União Soviética.
Para os soviéticos, tudo que vinha do Ocidente era apresentado como mau. Seguindo esse pensamento, a primeira secretária Nikita Khrushchev chegou a declarar que a guitarra elétrica era “inimiga do povo soviético”.
O ex-Secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da URSS, Leonid Brezhnev, também odiava o rock e, praticamente, qualquer outra coisa criativa — as artes eram estritamente regulamentadas pelo governo soviético.
Mas a música não poderia ser impedida. Havia uma nova geração de soviéticos que começou a perceber que seu “inimigo”, visto como uma ameaça para o país, na verdade produzia músicas maravilhosas. Assim foi caindo o estigma de que tudo que o Ocidente criava era algo tenebroso, conforme seus líderes insistiam em pintar.
Apesar desse pensamento crescer com o tempo, importar música ocidental na União Soviética era ilegal. Assim, os adolescentes se viam obrigados a ouvir a Rádio Luxemburgo e gravarem suas músicas em fitas. A qualidade do som era terrível, mas já era o suficiente para eles apreciarem toda a magia do quarteto.
Lenin foi trocado por Lennon, e os adolescentes começaram a aprender inglês apenas rabiscando as letras dos Beatles em seus cadernos. As autoridades soviéticas tomaram consciência da influência que o grupo tinha sobre a população de seu país e imediatamente começaram uma campanha anti-Beatles, que zombavam deles como The Bugs (Os Insetos), um trocadilho com o nome da banda.
Os fãs de Rock and Roll foram forçados a raspar seus longos cabelos e quem escutasse a banda seria acusado de espalhar propaganda ocidental.
Mas quando algo é ilegal, ele tende a atrair mais seguidores. A população percebeu que o governo estava mentindo sobre Os Beatles serem imorais, e começaram a pensar que o governo estivesse mentindo não só com a música, mas também sobre outras coisas.
Depois que John Lennon morreu em 1980, o governo soviético inexplicavelmente começou a celebrar seu legado. As pessoas finalmente ficaram livres para ouvir Os Beatles e suas músicas mostraram aos adolescentes o que eles estavam perdendo.
No final, Gorbachev fez mudanças significativas na economia e no sistema político do país, liberando o acesso do público à informação após décadas de forte censura do governo.
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