Após série polêmica, a Netflix lançou um documentário inédito com relatados inéditos dos irmãos Lyle e Erik Menendez; veja destaques
Em novo documentário da plataforma de streaming Netflix, os irmãos Menendez romperam o silêncio após 35 anos desde que foram condenados pelo assassinato brutal de seus pais, José e Kitty.
Erik e Lyle Menendez, atualmente cumprindo pena perpétua na Penitenciária Donovan em San Diego, Califórnia, resgatam o crime que chocou os Estados Unidos em "O Caso dos Irmãos Menendez". A produção marca a primeira vez em anos que eles discutem detalhadamente os eventos que levaram ao crime e os julgamentos subsequentes.
Além deles, a produção também conta com entrevistas com advogados, jornalistas, jurados, membros da família e outros envolvidos no caso.
A estreia ocorre após o lançamento da série "Monstro", também da Netflix, chamando atenção para o caso nas redes sociais. Erik criticou fortemente a produção, alegando em que Ryan Murphy, o criador, não poderia estar tão equivocado sobre os fatos de suas vidas sem má intenção.
Os irmãos agora têm a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos em meio a uma reavaliação judicial marcada para 29 de novembro de 2024. Novas evidências podem levar a um novo julgamento ou até mesmo à reavaliação das sentenças.
Com isso em mente, confira a seguir 5 destaques do novo documentário da Netflix:
No documentário, Erik expressa surpresa pela polícia inicialmente não suspeitar deles, apesar da falta de álibi e da presença de resíduos de pólvora em suas mãos.
O resíduo de pólvora estava em todas as nossas mãos", afirmou Erik. "Em circunstâncias normais, eles fazem um teste de resíduo de pólvora. Teríamos sido presos imediatamente".
Ele também disse que existiam cartuchos da espingarda no carro que usaram naquela noite.
"Tudo o que eles tinham que fazer era revistar meu carro. E se eles tivessem me pressionado, eu não teria conseguido suportar nenhum interrogatório", relembrou ele. "Eu estava em um estado de espírito completamente quebrado e despedaçado".
Lyle aproveitou o documentário para destacar que enxerga sua prisão como um espetáculo midiático desnecessário, alegando que ele poderia ter se apresentado voluntariamente à polícia.
"Eles poderiam ter me ligado e me dito para ir à delegacia. Foi uma prisão encenada para um circo da mídia — eles tinham chamado a mídia para estar pronta", desabafou ele no documentário. "Eles me prenderam com uma equipe da SWAT, sabe, encurralando o carro na estrada, como se eu fosse um traficante de drogas fugitivo ou algo assim".
Após os assassinatos, os irmãos gastaram extravagantemente sua herança como uma forma de lidar com o luto. Erik reflete que esses gastos eram um modo de mascarar a dor profunda pela perda dos pais. Lyle também compartilha sobre suas noites insones e sentimento de angústia após o crime.
"A ideia de que eu estava me divertindo é absurda", afirmou Erik no documentário da Netflix. "Tudo era para encobrir essa dor horrível de não querer estar vivo. Uma das coisas que me impediu de me matar é que eu sentia que seria um fracasso completo para meu pai naquele momento".
A defesa não pôde apresentar evidências sobre anos de abuso sexual infantil sofrido pelos irmãos no segundo julgamento. "O juiz disse bem, Erik e Lyle não são mulheres, então a síndrome da mulher espancada não se aplica, então todo esse trauma não é relevante e não é permitido no segundo julgamento", continuou Erik.
Um jurado do primeiro julgamento destacou que a ausência dessas informações no segundo julgamento impactou o resultado.
"O segundo júri condenou os irmãos porque eles viram um julgamento completamente diferente que foi projetado para garantir vereditos de homicídio. Mostrar a eles muito menos torna isso injusto para os irmãos", afirmou Hazel Thornton, jurada no primeiro julgamento de Lyle e Erik, no documentário da Netflix.
A promotora Pamela Bozanich é outra figura que se destaca no documentário. Ela, que guiou a acusação contra Lyle e Erik, desaprovou o movimento que existe nas redes sociais que pede a libertação dos Menendez.
"A única razão pela qual estamos fazendo este especial é por causa do movimento TikTok para libertar os 'Menendi'", disse ela. "Se é assim que vamos julgar os casos agora, por que não fazemos uma enquete?", afirmou em tom sarcástico.
Bozanich também aproveitou o documentário para alertar os internautas que apontam erros em sua postura no caso.
"Suas crenças não são fatos. São apenas crenças. E, a propósito, todos vocês do TikTok, eu estou armada. Temos armas por toda a casa, então não mexam comigo", afirmou.