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Matérias / Ásia

Sentinela: a realidade de um dos agrupamentos mais isolados do planeta

Essa população de uma ilha no sul da Índia não permite a entrada de curiosos — ou estudiosos — na sua região

André Nogueira Publicado em 26/12/2020, às 07h00 - Atualizado às 09h00

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Em 1970, o antropólogo foi ameaçado pela comunidade local - Divulgação/Trilokhnat Padit
Em 1970, o antropólogo foi ameaçado pela comunidade local - Divulgação/Trilokhnat Padit

Em 2018, a viagem de um turista e missionário estadunidense a uma ilha do Oceano Índico lembrou o mundo de um povo tão isolado e autossuficiente que sequer sabemos seu tamanho. Quando John Chau invadiu a ilha para pregar sua religião estrangeira, foi imediatamente atacado pela defesa dos habitantes da Ilha Sentinela do Norte, morrendo em seguida.

Com um estilo de vida recluso, esse povo, conhecido como sentinela, já havia deixado claro que recusava visitas. Originais de migrações pré-históricas de 60 mil anos atrás, de comunidades vindas da África, eles preservaram estilos de vida e formas de socialização.

Sentinelas vivem na ilha indiana há séculos, mas somente eles sabem dados como população, hábitos, cultura material ou idioma. Um dos agrupamentos mais isolados do planeta, sua história é desconhecida e qualquer contato é plenamente recusado.

Um dos motivos para o isolamento, além da busca por autonomia e recusa por introdução de culturas externas impostas, é a própria sobrevivência do grupo. Segundo a editora Ayesha Perera, que trabalha para a BBC: “sem imunidade, qualquer vírus pode matar a tribo”. Ou seja, contaminação de agentes externos através do contato é um perigo real e evitado.

Quando o colonizador Maurice Vidal Portman chegou ao arquipélago, não conseguiu ocupar o espaço dos sentineleses / Crédito: Wikimedia Commons

Hoje, pode haver entre 50 e 150 pessoas do grupo étnico na ilha. Assim como os Jarawas, que ocupam o Arquipélago de Andaman, eles não se prontificam sequer a interagir com outros núcleos, visando a autopreservação em seu estilo de vida caçador-coletor.

Sua principal forma de caça e defesa é o uso do arco com flecha, com exímia destreza gerada pelo contato intergeracional. Normalmente, quem tenta invadir o território acaba saindo com marcas de flecha ou a morte, como ocorreu com um diretor de cinema da National Geographic que tentou filmá-los em 1974.

"A resistência deles a todo contato com o mundo exterior tornou impossível alguma aproximação", lembra Ayeshea Perera, comentando uma tentativa do governo indiano de entrar em contato com os sentineleses após um tsunami devastar o sul do Índico em 2004. A equipe, de helicóptero, foi expulsa por flechas.

Uma das poucas pessoas que conseguiu ter o mínimo de contato com os sentileseses foi o antropólogo Trilokhnat Padit, que tentou se aproximar dos nativos através de trocas de alimentos. Oferecendo doces, conseguiu apenas uma resignação não violenta.

Sociedade de Andaman no século 19 (talvez em Sentinela) / Crédito: Wikimedia Commons

Os homens teriam dado as costas para a aproximação, mas não agrediram o pesquisador. Segundo Pandit, em comunicado da ONG Survivor International, "eles mostraram repetidas vezes que querem ser deixados sozinhos". Porém, o contato com outras tribos locais, em uma pesquisa geral, relatou que sequer as outras habitações do arquipélago têm noção da forma de vida, ou mesmo da existência, dos sentineleses.


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