O caso da relação abusiva entre o diretor e a atriz Tippi Hedren já denunciava a situação comum de assédio na indústria cinematográfica
Entre os trabalhos mais renomados do diretor Alfred Hitchcock, nascido há exatos 120 anos, em 13 de agosto de 1899, está Os Pássaros. Estrelado por Tippi Hedren, o filme foi um dos primeiros trabalhos da atriz, na época com 33 anos.
Em 1961, Hedren foi descoberta por Hitchcock enquanto era garota propaganda para a bebida dietética Sedo. Os dois marcaram uma reunião. No entanto, a jovem atriz não sabia a real intenção do renomado diretor.
Hitchcock manipulou Hedren para que acreditasse que um contrato de sete anos traria benefícios para sua carreira. Ela aceitou a proposta. Em seguida, o diretor disse que ela seria a protagonista de Os Pássaros.
No começo das gravações, a atriz começou a se sentir desconfortável e infeliz. O diretor tirava todo o seu tempo, e Hedren só tinha uma tarde livre durante a semana. Logo começaram as torturas psicológicas —Hitchcock dizia que se ela desistisse das filmagens ele iria acabar com a carreira dela.
Ainda durante as gravações, Hedren foi assediada por Hitchcock, que insistia para que ela o tocasse. Em outra ocasião, em sua limusine, tentou beijá-la a força.
A cena mais famosa da obra mostra a atriz sendo atacada pelos corvos — ela realmente estava sendo atacada por eles, sem saber que seria submetida a isso. Hitchcock disse que a cena seria filmada com pássaros mecânicos, mas quando ela chegou ao set os animais eram reais.
Um corvo arrancou um pedaço de sua bochecha e quase atingiu seu olho. A primeira cena, regravada cinco vezes, terminou com a atriz chorando e com seu rosto ensanguentado. De prontidão no set, o médico até chegou a questionar o diretor: “Você esta querendo matá-la?”.
Hedren suportou os abusos durante um bom tempo. Até que, após seu segundo filme, Marnie, lançado em 1964, ela se revoltou após uma discussão com Hitchcock, dizendo: “Você não é meu dono”, ao que ele respondeu: “Sou, tenho um contrato”.
A atriz se recusou a continuar trabalhando com o cineasta. Mas ele continuou com o contrato e a pagava para que ela não conseguisse ser escalada para outro papel. Hedren, revoltada, chegou a chamá-lo de Porco Gordo, durante uma entrevista.
Em 1979, durante uma homenagem ao diretor em sua premiação do AFI Life Achievement Award, a atriz afirmou: “Eu tenho sido capaz de separar os dois. O homem e o artista. O que ele deu à indústria cinematográfica nunca pode ser tirado dele. Mas por outro lado, há aquele lado escuro que foi realmente horrível”.
O filme The Girl, de 2012, inspirado na experiência de Tippi Hedren, conta o drama dessa relação abusiva, em que um lado está uma mulher e seu corpo marginalizado, e um homem com a “síndrome do poder”.
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