Fonseca foi um dos principais militares responsáveis pelo Golpe que instaurou a República em 15 de novembro de 1889
Deodoro da Fonseca foi protagonista de um dos mais importantes e controversos momentos da História do Brasil: sendo um convicto monarquista no dia anterior, ele foi um dos principais militares responsáveis pelo Golpe que instaurou a República em 15 de novembro de 1889.
Nascido no ano de 1827, em Alagoas da Lagoa do Sul (AL), Deodoro foi o primeiro presidente do Brasil. Membro da artilharia da Escola Militar do Rio do Janeiro, ele participou de batalhas importantes da História do nosso exército, como a Revolta Praieira, a Guerra do Prata e a Guerra do Paraguai.
Também foi presidente da província do Rio Grande, mas retornou ao Rio de Janeiro com o desencadear do atrito entre o exército e o Governo Imperial. Entretanto, Deodoro foi, na maior parte de sua vida, um monarquista. Algumas vezes, abandonou cargos militares para assumir nomeações nos governos ligados ao Imperador Pedro II.
Com o tempo, sua relação com a monarquia se desgastou. Certa vez, largou o cargo de comandante militar no Mato Grosso por desavenças com o presidente da província, Cunha Matos.
Em 1880, ele se aproximou gradativamente da posição da caserna diante da chamada questão militar, que era contrária ao Imperador. Porém, Deodoro não se revoltou contra Pedro II - isso até 14 de novembro de 1889.
No dia anterior à Proclamação, republicanos soltaram um boato de que o primeiro-ministro Visconde de Ouro Preto teria decretado a prisão de Deodoro e Benjamin Constant. Como o parlamento se renovaria no dia 20, o golpe teria que acontecer antes, e o boato envolvendo Deodoro foi o argumento final para colocá-lo a favor (e na liderança) da queda do monarca.
No dia 15 de novembro, Deodoro liderou a derrubada do Império e proclamou o sistema político republicano e assumiu o cargo de Chefe do Governo Provisório, que foi um momento militar linha-dura da República.
Seu governo foi marcado pelo autoritarismo, enquanto pela criação de estatutos modernos como o Código Penal e a laicização do Estado. Junto a isso, veio uma crise econômica.
Ao mesmo tempo, foi responsável pela contenção de revoltas, algumas contra o governo e outras contra a república. É o caso da Revolta da Armada, duramente reprimida e acompanhada pelo fechamento do Congresso Nacional.
Sem conseguir governar, Marechal Deodoro renunciou em 23 de novembro do ano de 1891, assumindo seu vice, Floriano Peixoto. Morreu quase um ano depois, vítima de uma crise de dispneia.