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Matérias / Crimes

Assassino sobre duas rodas: Os crimes do serial killer de Itaquaquecetuba

Em 2011, o feirante Ronis de Oliveira Bastos aterrorizou os moradores de município paulista agindo em cima de uma bicicleta azul

Fabio Previdelli Publicado em 02/03/2020, às 18h00

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Ronis de Oliveira Bastos sendo preso - Divulgação
Ronis de Oliveira Bastos sendo preso - Divulgação

Em 2011, um serial killer aterrorizava os moradores de Itaquaquecetuba, município da região Metropolitana de São Paulo. Durante cerca de dois meses, oito pessoas foram baleadas e outras duas sofreram tentativa de assassinato. O responsável pelos crimes? Ronis de Oliveira Bastos.

O feirante, que tinha apenas 22 anos na época, escolhia seus alvos de forma aleatória, embora tivesse predileção por homens adultos entre 20 e 50 anos de idade. Em pelo menos metade dos casos, Ronis teria agido em cima de uma bicicleta azul.

A maioria das vítimas foi alvejada com mais de um disparo de arma de fogo. Depois de seu terceiro assassinato, o criminoso passou a atirar em suas vítimas com um revolver calibre 38. "Achamos estranho, porque é incomum alguém usar uma arma com esse calibre", afirmou o delegado Eduardo Boigues, responsável pelo caso. Segundo as autoridades, apenas uma das mortes aconteceu por esfaqueamento — o segundo dos homicídios.

“O assassino matou 8 pessoas e tentou matar outras 2. O que mais me chamou atenção na época foi que ele fazia questão de que nós da Polícia soubéssemos que era a mesma pessoa cometendo todos os crimes. Agia igual e deixava pistas sempre do mesmo jeito no local. Conseguimos fazer a prisão antes que ele fizesse ainda mais vítimas”, afirmou Boigues.

Na época, as testemunhas já haviam relatado às autoridades que o assassino em série era um homem branco, jovem e com baixa estatura e que tinha uma particularidade: só andava pelas ruas do Jardim Luciana de bicicleta.

Com o perfil do serial killer traçado, não demorou muito até que um serviço de busca fosse organizado pelo bairro. No final de semana seguinte, Ronis caçou suas três próximas vítimas: duas acabaram sendo mortas e um deles sobreviveu, sendo fundamental nas investigações — seu depoimento permitiu que as autoridades chegassem à descrição perfeita do feirante.

Ronis de Oliveira Bastos / Crédito: Divulgação

Ronis acabou sendo preso em flagrante por porte ilegal de armas. Na ocasião, o feirante andava com a mesma bicicleta que usou quando cometeu seus crimes. Abordado por policiais, ele portava o revólver calibre 38. Em sua defesa, o assassino alegou que usava a arma para uso pessoal.

Bastos relatou à polícia que estava sendo ameaçado e que, por isso, usava a arma para se defender. Porém, conforme apontou as investigações, era ele quem ameaçava os moradores da região.

Já na prisão, o jovem acabou fornecendo um endereço falso à polícia. Segundo o Setor de Homicídios da Polícia Civil, a residência apontada pelo criminoso estava vazia e pertencia a sua mãe — que se mudou para o Sul do país após ser ameaçada de morte por seu próprio filho.

Os policiais afirmaram que a mulher sabia dos crimes e que planejava denunciá-lo, mas, no entanto, ela teria medo de sofrer alguma retaliação e resolveu abandoná-lo em Itaquaquecetuba.

Já na verdadeira casa do feirante, os investigadores encontraram seis cápsulas deflagradas de munição calibre 38 — idênticas as que foram usadas nos outros homicídios. Além do mais, também foi apreendido uma touca ninja e uma mochila que era utilizada para esconder a arma.

Eduardo Boigues relatou que Ronis não demonstrou quaisquer sinais de emoção ao ser acusado dos assassinatos em série. "Ele é muito frio, não tem fisionomia, nem expressão nenhuma nem nada. Não chora. Ele foi bastante cansativo durante todo o interrogatório, não é uma pessoa normal. Quando perguntei se havia matado as oito pessoas, foi simples na resposta. Apenas disse que não, sem se alongar”.

Após ser confirmado como suspeito, moradores da região tentaram lichar Bastos, que teve que ser protegido por policiais. Ronis de Oliveira Bastos, o serial killer Itaquaquecetuba, faleceu 24 de abril de 2017 no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté, em São Paulo.


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