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Matérias / Personagem

Há 78 anos, Anne Frank escrevia pela primeira vez em seu diário

Com o início da Segunda Guerra, a garota começou a registrar o dia a dia da família no esconderijo em Amsterdã

Mário Araujo Publicado em 12/06/2020, às 07h30

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Anne Frank, vítima do nazismo - Wikimedia Commons
Anne Frank, vítima do nazismo - Wikimedia Commons

Entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944, uma garota de nome Anne Frank, alemã e judia, dividiu seus sonhos, medos, amores, ilusões e desilusões com Kitty, o diário que ganhou de presente no aniversário de 13 anos.

No primeiro dia de diário, Anne escreveu: "Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim”.

Durante mais de dois anos, a garota registrou o dia a dia no chamado “anexo secreto”, um esconderijo em Amsterdã, na Holanda. Foi lá que sua família viveu clandestinamente, numa tentativa de se esconder da polícia nazista e dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

As narrativas do diário de Anne terminam três dias antes de o local ser descoberto. Na manhã de 4 de agosto de 1944, os moradores do esconderijo foram levados para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.

Anne e sua irmã Margot morreram de tifo no campo de Bergen-Belsen, na Alemanha, entre 1944 e 1945. Apenas o pai, Otto Frank, sobreviveu – foi ele o responsável pela publicação do diário da filha, que virou um tremendo sucesso mundial, com mais de 30 milhões de exemplares vendidos.

Novas páginas

Em maio de 2018, pesquisadores da Fundação Anne Frank, em Amsterdã, revelaram o conteúdo de páginas recém-descobertas de seu primeiro diário.

Primeira página do diário de Anne Frank / Crédito: Divulgação

Por meio de um processo fotográfico digital, eles reconstruíram as páginas 78 e 79, que foram cobertas com papel kraft (espécie de papelão fino), colado pela própria Anne, para que não fossem lidas. O papel escondia piadas maliciosas e descobertas sexuais.

Segundo Frank van Vree, diretor do Instituto de Estudos da Guerra, Holocausto e Genocídio da Holanda, “qualquer pessoa que ler as passagens recém-descobertas será incapaz de evitar um sorriso”.

Na primeira página, Anne anuncia que fará piadas obscenas: “Você sabe por que há garotas nas Forças Armadas alemãs na Holanda? Para servir de colchão para os soldados”. Outra envolve um homem que teme que sua esposa o esteja traindo. Ele revista a casa e, então, encontra um homem nu no armário. Quando pergunta ao homem o que ele está fazendo lá, ele responde: “Acredite ou não, estou esperando o bonde”.

Para Frank van Vree, essas piadas mostram que, apesar de sua situação, Anne tinha a curiosidade e os questionamentos de qualquer garota de sua idade.

Em outra parte secreta, Anne analisa a chegada dos 14 anos e o que a primeira menstruação significava para as adolescentes: “É sinal de que uma menina está pronta para ter relações com um homem.

Mas isso não se faz antes do casamento. Depois, sim. Também pode decidir se deseja ter filhos ou não. Se a resposta for sim, o homem se deita sobre a mulher e deixa sua semente na vagina dela. Tudo acontece com movimentos ritmados”. Ela também comenta: “o homem gosta dessas relações e as deseja. A mulher também gosta, mas um pouco menos”.

Com simplicidade e ingenuidade, Anne também fala sobre prostituição e homossexualidade: “Se os homens são normais, vão com mulheres. Na rua, há mulheres que falam com eles e então eles vão embora juntos. Em Paris, existem casas muito grandes para isso.  Papai esteve lá. Mas o tio Walter não é normal”.


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