A morte de Peter Fechter causou grandes protestos que demandaram proteção sobre o Muro de Berlim
No dia 17 de agosto de 1962, o jovem pedreiro Peter Fechter, de 18 anos, foi morto a fuzilamento enquanto tentava saltar o Muro de Berlim, com objetivo de fugir para a Berlim Ocidental. O acontecimento chocou a população na época, e faz dele provavelmente a vítima mais conhecida do período em que a Alemanha era dividida entre comunistas e capitalistas.
O Muro de Berlim foi uma barreira física construída pela Alemanha Oriental durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental. O período foi marcado por uma intensa disputa global entre as nações comunistas e as capitalistas — representadas especialmente pela URSS e os Estados Unidos, respectivamente —, e influência no imaginário coletivo de disputas entre os dois países até os dias de hoje.
Na época, a Alemanha Oriental seria a parcela comunista do país, aliada à URSS, enquanto a Ocidental seria a aliada dos Estados Unidos. Como muitas pessoas costumavam sair da parte comunista em direção à capitalista, em busca de novas oportunidades de vida, em 1961 o Muro de Berlim foi erguido pelos aliados da URSS.
A barreira existia há apenas um ano quando, em 1962, o jovem pedreiro Peter Fechter e um amigo tentaram fugir para a parte capitalista e apenas o segundo conseguiu completar a travessia. Fechter foi fuzilado por soldados alemães-orientais, dentro da chamada "faixa da morte", sem que os soldados estadunidenses pudessem socorrê-lo.
O principal objetivo de Peter com a tentativa de atravessar o Muro sequer era relacionado a uma busca por melhores condições de vida: ele apenas queria encontrar sua irmã, que tinha visto pela última vez antes da construção da divisa. Foi então no dia 17 de agosto que ele e um amigo decidiram atravessar a barreira: conseguiram saltar a primeira cerca de arame farpado sem serem notados, mas foram descobertos nos metros finais até o Muro, de forma que Fechter foi alvejado.
Centenas de berlinenses-ocidentais estavam por perto do local quando o evento aconteceu, e imploraram para que os guardas estadunidenses da fronteira socorressem o jovem que estava gravemente ferido, com tiros na barriga e nas costas, mas ainda vivo. No entanto, ninguém fez nada, visto que os soldados norte-americanos não podiam intervir, e os guardas alemães-orientais esperavam uma ordem superior.
Estojos de primeiros-socorros foram jogados por cima do muro para que o jovem pudesse utilizar, mas chegaram tarde demais. Naquele mesmo dia, por volta das 15h, ele foi recolhido já morto e levado para um hospital militar, como informado pela Deutsche Welle.
No dia que se seguiu à morte de Peter Fechter, que tentava atravessar o Muro de Berlim para o lado capitalista, milhares de pessoas foram às ruas da Berlim Ocidental, indignadas, protestar frente ao acontecimento. A polícia alemã-oriental, por sua vez, revidou usando bombas de gás lacrimogênio.
Assim, na época repetiu-se uma cena que havia sido visto anteriormente só logo após a construção do Muro: a construção precisou ser protegida pela polícia do lado ocidental. O Muro de Berlim, por fim, só foi demolido em 1989, após a desintegração do bloco de nações socialistas do leste europeu.
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