Na passeata, 300 mil brasileiros foram às ruas para pedir a derrubada de João Goulart
A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi um movimento que surgiu no Brasil na década de 60 em reação à falácia da 'ameaça comunista', que foi inclusive uma das principais justificativas por trás do golpe militar, segundo repercutido pelo site Quero Bolsa.
O evento que marcou o início da organização da Marcha foi o discurso do então presidente João Goulart em 13 de março de 1954, apenas 18 dias antes do início da ditadura.
O político havia assumido após a renúncia súbita de Jânio Quadros, e nesse pronunciamento defendeu um projeto que já havia proposto anteriormente, que chamava de reformas de base.
Na prática, essas reformas seriam um conjunto de medidas que mexeria nas estruturas de setores do Brasil, como a educação, o sistema político e a agricultura.
As declarações de Jango nesse dia foram vistas por diversas fatias da população brasileira como evidências de um possível plano de instalação do comunismo por parte do presidente.
A Marcha da Família com Deus pela Liberdade concentrou esses brasileiros, sendo constituída de membros da classe média, de grupos religiosos, do setor dos industriais e de entidades femininas como a União Cívica Feminina e a Campanha da Mulher pela Democracia, de acordo com o site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC).
Outra figura relevante a participar da iniciativa foi o jornalista Carlos Lacerda, que era membro ativo da UDN, partido fortemente antigetulista. A tradição política deixada pelo famoso ex-presidente fora retomada por Goulart, vale dizer. Essa informação pode ser verificada na Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados.
O movimento contrário à Jango foi para as ruas pela primeira vez em 19 de março, que, de forma apropriada, é o dia de São José, o padroeiro da família, o que simboliza dois dos valores expressados no nome da marcha.
Um total de 300 mil brasileiros estiveram presentes naquele primeiro protesto localizado na cidade de São Paulo, que andou da Praça da República até a Praça da Sé, montando um palanque nessa última localização para que alguns líderes da manifestação falassem à multidão.
Depois dos militares derrubarem Jango ocorreram ainda novas manifestações ao longo das capitais brasileiras, essas chamadas de Marchas da Vitória, em comemoração do ato.
Segundo divulgado pelo G1 em 2014, ocorreu uma nova manifestação organizada através do Facebook que usou o nome de “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, e refez o trajeto da original, pedindo por intervenção militar e volta da ditadura.
Cristina Peviani, de 51 anos de idade, que foi entrevistada pelo veículo, contou que um dos objetivos da volta do movimento era “lembrar que ainda existe a família conservadora no Brasil”.
+Saiba mais sobre a ditadura militar no Brasil por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:
A Ditadura Envergonhada, de Elio Gaspari (2015) - https://amzn.to/3b1gql8
Liberdade vigiada: As relações entre a ditadura militar brasileira e o governo francês, de Paulo César Gomes (2019) - https://amzn.to/2Rta71U
Cativeiro sem fim: as Histórias dos Bebês, Crianças e Adolescentes Sequestrados Pela Ditadura Militar no Brasil, de Eduardo Reina (2019) - https://amzn.to/2JUI6vZ
1964: O Elo Perdido. O Brasil nos Arquivos do Serviço Secreto Comunista, de Mauro Kraenski e Vladimir Petrilak (2017) - https://amzn.to/2V0wCh2
Ditadura à brasileira: 1964-1985 a democracia golpeada à esquerda e à direita, de Marco Antonio Villa (2014) - https://amzn.to/2V0Apuy
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W