O marido da princesa Isabel, filha de D. Pedro II, acabou não sendo muito querido pelos brasileiros
Gastão de Orleáns e Braga, o Conde d'Eu, foi uma figura não muito popular entre os brasileiros, porém importante no decorrer da história da monarquia em nosso país.
Casado com a filha de D. Pedro II, a princesa Isabel, o francês receberia o título de imperador consorte, não fosse o Golpe da República, ocorrido no dia 15 de novembro de 1889. A seguir, confira 5 curiosidades sobre o príncipe.
Gastão de Orléans nasceu em 28 de abril de 1842 na região de Neuilly-sur-Seine, em Paris. Imediatamente ao seu nascimento, seu avô, o rei Luis Felipe, concedeu-lhe o título de conde.
O príncipe recebeu, ao longo de sua juventude, uma excelente educação, de modo que aprendeu a falar outras línguas, incluindo o português. Ele seguiu carreira militar após sua passagem pela Escola Militar de Segóvia, na Espanha, tendo lutado na Guerra do Marrocos.
O tio do Conde d'Eu, o rei Fernando II de Portugal, foi quem arranjou seu casamento com uma das filhas de D. Pedro II. No entanto, Gastão se casaria a princípio com Leopoldina e o primo do príncipe, Augusto de Saxe, desposaria Isabel. Porém, quando os pares se conheceram, em setembro de 1864, decidiram realizar uma troca, por questão de afinidade.
O imperador aceitou o pedido e um novo arranjo foi feito. Assim, Gastão e Isabel se casaram no dia 15 de outubro de 1864, partindo em viagem de núpcias pela Europa logo em seguida.
Enquanto o casal se encontrava em lua-de-mel, Gastão recebeu uma carta do imperador pedindo que retornasse ao Brasil em razão da Guerra do Paraguai. Ele assim o fez, mas o Conselho de estado entendeu que o príncipe não deveria lutar ativamente no conflito.
Foi somente depois que o comandante supremo do Exército Brasileiro, o duque de Caxias, se demitiu do cargo, que o conde pôde participar da guerra, assumindo seu posto. Com o fim do episódio, em março de 1870, Gastão foi visto como herói pelo povo brasileiro, popularidade essa que não duraria muito.
Muitas das ações tomadas por Gastão, na guerra e em diversas outras ocasiões, foram fortemente criticadas por pesquisadores, enquanto outros o defenderam, alegando que o príncipe sofreu injustiças em sua época.
Os setores políticos enxergavam o conde como um estrangeiro, sendo o mesmo impopular tanto entre os liberais quanto entre os conservadores, que não concordavam com suas ideias.
Por esse motivo e pela sucessão de acontecimentos que viriam após o fim do conflito, como a insatisfação dos militares, a abolição da escravidão e consequente descontentamento das elites econômicas, o império não se sustentaria.
Após a Proclamação da República, Gastão de Órleans teve de deixar o Brasil junto com os demais membros da família imperial, num exílio que duraria mais de 30 anos.
Ele voltaria ao Brasil no ano de 1922, a convite do governo para comemorar o centenário da independência, porém acabou tendo um mal súbito enquanto se encontrava no navio e falecendo aos 80 anos.
Seus restos mortais se encontram, hoje, no Mausoléu Imperial na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.