'A Garota da Vez', que chega nesta semana nos cinemas, se inspira em um verdadeiro episódio da década de 1970, e no serial killer Rodney Alcala; veja!
Publicado em 09/10/2024, às 20h00
Nesta quinta-feira, 10, chega aos cinemas o novo filme 'A Garota da Vez', um thriller baseado em fatos dirigido por Anna Kendrick. No longa-metragem, acompanhamos um dos episódios mais inusitados e insólitos dos Estados Unidos da década de 1970, do notório "Dating Game Killer".
Na história, uma mulher chamada Cheryl Bradshaw (Anna Kendrick) participa de um popular programa de televisão em busca de um amor, e, ao escolher entre três pretendentes, acaba selecionando, sem saber, um homem envolvido em uma série de assassinatos: Rodney Alcala (Daniel Zovatto).
"Los Angeles nos anos 1970. Enquanto uma onda de assassinatos faz manchetes, uma jovem mulher que aspira se tornar atriz e um assassino em série se cruzam durante um episódio do programa de namoro 'Tournez Manège'", informa a sinopse do filme.
Conheça mais sobre a história e o que aconteceu com Rodney Alcala:
Nascido em 23 de agosto de 1943 em San Antonio, no Texas, Rodrigo Jacques Alcala-Buquor passou seus primeiros anos de vida no México, mas mudou-se com sua família para Los Angeles quando tinha 8 anos. Aos 17, alistou-se no exército, e foi dispensado logo em 1964, após um colapso nervoso e sob alegações de má conduta sexual.
Em 1968, se formou na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com diploma em arte, mas logo após seu primeiro ataque mortal, fugiu para a Universidade de Nova York, onde, inclusive, usou o pseudônimo "John Berger". Lá, seguiu cometendo brutalidades.
Uma das curiosidades sobre a vida de Alcala é que, em 1978, ele apareceu em um episódio do 'The Dating Game', uma série de competição popular da televisão da época, em que três homens solteiros disputavam por um encontro com uma mulher. Foi por conta desta participação — foco do novo filme que estreia nesta semana — que Alcala ficou conhecido pelo apelido de "The Dating Game Killer" ("O Assassino do Jogo de Relacionamento").
+ Dating game: o programa de namoro que trouxe o serial killer Rodney Alcala como candidato
Ao longo do episódio, conforme repercute a People, Alcala respondeu às perguntas de Cheryl Bradshaw com insinuações de conotação sexual, inclusive comparando-se a uma banana e dizendo que a noite é quando ele "realmente fica bom". De qualquer maneira, ele foi o preferido entre os três pretendentes.
No entanto, Bradshaw ainda sentiu que havia algo de incômodo com o homem, e depois do show recusou um encontro.
"Não posso sair com esse cara. Há vibrações estranhas saindo dele. Ele é muito estranho. Não estou confortável", disse ela à coordenadora de concorrentes, Ellen Metzger. De fato, havia um passado sombrio que ninguém imaginava.
Selecionado para o programa simplesmente por ser um homem considerado alto, bonito e charmoso, os produtores do programa de namoro não fizeram nenhuma verificação de antecedentes criminais antes de incluir Alcala para o show.
Com isso, passou despercebido que o criminoso já havia sido julgado pelo assassinato de, pelo menos, duas mulheres no sul da Califórnia — ele já havia cumprido 34 meses de prisão pelo estupro e espancamento de Tali Shapiro, de apenas oito anos, e já tinha passado pela lista dos mais procurados pelo FBI.
Quando foi preso, em 1979, Alcala matou, pelo menos, sete mulheres, mas a contagem de corpos pode ser ainda maior, segundo as autoridades.
Ainda segundo a revista People, Alcala foi condenado à morte em 1980 pelo assassinato da jovem Robin Samsoe, de 12 anos. No entanto, o julgamento foi revertido em 1984, e ele foi novamente condenado à morte em 1986. A reviravolta veio em 2003, quando o julgamento foi anulado.
Porém, no tempo em que Alcala permaneceu preso, os promotores do Condado de Orange descobriram que o DNA do homem correspondia a uma variedade de evidências de outros quatro crimes, também de mulheres assassinadas, entre 1977 e 1979: Jill Barcomb, 18; Jill Parenteau, 21; Georgia Wixted, 27; e Charlotte Lamb, 32.
Com isso, em 2010 ele foi condenado por cinco acusações de homicídio de primeiro grau, sendo mais uma vez sentenciado à morte.
Além disso, Alcala também enfrentou outras acusações em diferentes estados. Em Nova York, foi condenado a 25 anos e prisão perpétua em 2012, pelos assassinatos de Cornelia Crilley e Ellen Jane Hover, ambas com 23 anos, na década de 1970. Em 2016, o assassino foi acusado de matar Christine Ruth Thornton, uma mulher de 28 anos que estava grávida de seis meses, em Wyoming em 1977.
As autoridades americanas ainda continuaram ativamente com uma série de outras investigações que tinham Alcala como suspeito, em estados como Washington, New Hampshire e Arizona.
Porém, a questão judicial chegou ao fim em 24 de julho de 2021, quando Rodney Alcala morreu, aos 77 anos, de causas naturais enquanto aguardava no corredor da morte, na Califórnia.
Até hoje, explica a Associated Press, o número de vítimas exato que o serial killer fez é desconhecido, mas autoridades estimam que ele pode ter matado até 130 pessoas.