Após a adolescência, a jovem se tornou uma das principais atrizes de teatro da Europa — e contou com a ajuda de um cliente da mãe
Nascida Henriette-Rosine Bernard, em outubro de 1844, a jovem francesa começava sua vida inserida na alta sociedade de Paris. O motivo para sua inserção, no entanto, não é um dos mais convencionais; sua mãe, Judith Bernard, explicava para a filha que costumava prestar serviços para homens ricos e poderosos que precisavam de atenção pessoal.
Atendendo como Julie e Youle, Judith era uma prostituta de luxo. Não tendo certeza absoluta do fato, a paternidade da filha era atribuída a um rico comerciante, que ficava responsável pelo pagamento de sua educação. Vendo pouco a mãe entre os turnos de trabalho e aula, foi mandada a um internado de jovens aos sete anos, onde descobriu sua grande vocação.
Enquanto aprendia a atuar no subúrbio de Auteuil, sua mãe aproveitava a liberdade para se tornar uma das mais requisitadas cortesãs na capital francesa, se envolvendo com políticos, generais e banqueiros. Entre eles, Charles de Morny, o Duque de Morny, meio irmão de Napoleão III e então presidente do legislativo francês. Com Morny, pediu ajuda para inserir sua filha em Grandchamp, uma escola de alta classe em Versalhes.
Henriette-Rosine conseguiu a vaga aos 10 anos e chegou a ser notada pela coordenação do colégio pela interpretação do Arcanjo Rafael em uma peça escolar. O colégio, exclusivo para conventos agostinianos, enfrentou problemas com a jovem, que não esquecia sua origem judaica e chegou a realizar um enterro cristão, no jardim do colégio, para ser lagarto de estimação, irritando a direção da instituição.
Quando seu pai faleceu, a mãe da jovem se reunião com os educadores da escola e com Morny para avaliar o que poderia ser feito com a jovem, na época com 15 anos. A decisão, quase unânime, era relacionada a atuação; com a ajuda do duque, a garota, que nunca havia pisado em um palco profissional, teria a chance de se apresentar no Comédie-Française, a mais velha companhia de teatro ativa no mundo, até os dias atuais.
Personalidade forte
Já atuando com o nome artístico de Sarah Bernhardt, conseguiu se tornar uma atriz notável no cenário europeu de espetáculos, se tornando conhecida internacionalmente pela intensidade emocional de seus papéis. Sendo uma das celebridades mais famosas do mundo, seu talento, visível desde a adolescência, contrastava com sua rigidez e agressividade.
Seu emprego no Comédie-Française durou apenas quatro anos, principalmente pelas brigas internas; certa vez, o porteiro do teatro buscou fazer uma graça com a jovem e a apelidou como “pequena Bernhardt”. A resposta foi uma paulada com um guarda-chuva na cabeça do rapaz, quebrando o objeto. 20 anos depois, quando o senhor se aposentou, a atriz não apenas se desculpou como lhe deu de presente uma casa em Normandia.
Em uma festa entre os atores e atrizes Sarah levou sua irmã mais nova, Regina, para conhecer as imediações do teatro. Pouco habituada em eventos de gala, Regina deu o azar de pisar involuntariamente no vestido de Zaire-Nathalie Martel — justamente a principal atriz da companhia. Nathalia, enfurecida, empurrou a jovem, que acabou tropeçando e batendo a cabeça em uma coluna de pedra, resultando em um corte.
Bernhardt não deixou barato: se desfez de qualquer máscara de elegância e deu um ecoante tapa em Nathalia, que chegou a ser atirada contra outro ator. Recusando-se a pedir desculpas, conforme orientação da direção da peça, o administrador do teatro, Edouard Thierry, teve de demitir a jovem.
As excentricidades de uma estrela
Quando enriqueceu com a fama obtida no teatro e nas primeiras produções cinematográficas, Sarah já conseguia bancar suas próprias produções e regalias com os patrocínios e bilheterias das peças que estrelava. Sempre visando suas aquisições como investimentos, as peças extravagantes e caríssimas serviam tanto para os palcos, quanto para a vida pessoal.
Sempre coberta de casacos de peles, Bernhardt possuía uma coleção de bichanos dentro de seu guarda-roupa, com itens de chinchilas, cobras, jaguatiricas e até mesmo um chapéu com um morcego empalhado. A coleção de animais vivos também era impressionante, contando com leopardos, tigres e filhotes de leão.
Todos compunham o show itinerante da francesa, que contava também com um macaco, chamado Darwin, e um jacaré, com o nome Ali Gaga, que chegou a morrer prematuramente graças a uma dieta nada saudável de leite e champanhe. Um dos itens mais chamativos, era um caixão, que a atriz dormia e usava também para interpretar. Após uma vida de altos e baixos, a atriz foi parar em um caixão, pela última vez, em 1923, aos 78 anos, vítima de uma uremia.
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