Erasmo Carlos, um dos maiores músicos brasileiros da atualidade, faleceu nesta terça-feira, 22
Nesta terça-feira, 22, mais uma das lendas da música brasileira nos deixou. Apenas 13 dias depois da baiana Gal Costa, o rockeiro carioca e um dos grandes nomes da Jovem Guarda, Erasmo Carlos, veio a falecer.
Até os tempos atuais, o músico seguia na ativa em sua carreira musical, e era uma figura sempre presente publicamente e em suas redes sociais, sempre se posicionando sobre situações do dia a dia e, com isso, mantinha ainda uma legião de fãs, e surpreendentemente não limitados apenas às pessoas mais velhas.
Erasmo Carlos já tinha uma carreira musical muito bem consolidada, tendo iniciado todo seu envolvimento artístico há mais de 60 anos, em 1958. Visto isso, confira a seguir cinco curiosidades sobre a vida e carreira de Erasmo, também conhecido pelo Brasil como 'Tremendão', um dos maiores ícones musicais brasileiros.
A carreira de Erasmo Carlos tem seu início contemporâneo ao de outros nomes importantíssimos da música brasileira, como Tim Maia e Roberto Carlos. A princípio, em 1957, ele ainda era parte de um grupo de rock chamado The Snakes, e nesse momento já deu indícios de que possuía algum diferencial para a música.
Com o grupo, gravou a canção 'Rock n' Roll em Copacabana'. Porém, já no ano seguinte, 1958, ele se juntou com Arlênio Lívio — no momento sem banda, pois a sua anterior, 'The Sputniks', com Tim Maia e Roberto Carlos, havia se separado — e então fundaram o grupo vocal 'The Boys of Rock'.
Graças às conexões musicais, Erasmo Carlos se tornou um grande amigo de Sebastião Rodrigues Maia, mais conhecido como Tim Maia, em uma época que os dois sequer estavam próximos do sucesso que viriam a alcançar posteriormente. Inclusive, uma curiosidade muito interessante é que foi Tim Maia quem ensinou o roqueiro a tocar violão.
Quando o movimento da Jovem Guarda ficou conhecido, Erasmo estava envolvido também ao lado de Wanderléia e Roberto Carlos, difundiu o rock pelo Brasil. Na época, porém, foi fortemente atacado, tanto por nomes do MPB que o acusavam de ser imperialista e alienado, quanto pelos conservadores do governo, que alegavam que ele incentivava a sabotagem aos 'bons costumes'.
Em suas canções, Erasmo Carlos não tinha medo de expôr exatamente o que queria dizer, e por isso várias de suas obras promoveram pequenas revoluções no mundo da música, e ajudaram na construção de sua imagem de 'rockeiro rebelde'. Algumas das temáticas que tinha em suas canções era o sexo e a maconha.
De acordo com o portal Casal Cultural, o cantor falava sobre sexo em várias músicas de forma bem explícita, como na canção 'Cavalgada', o que incomodava muitos conservadores. Além disso, na década de 1970 também flertou com o movimento hippie, e chegou a produzir em parceria com Caetano Veloso uma música sobre maconha, 'De Noite na Cama'.
Apesar da carreira musical extensa, Erasmo Carlos pouco se aventurou por outros gêneros musicais muito distantes de sua zona de conforto, o rock. No entanto, como ainda era uma figura muito respeitada, já se aliou a diversos artistas em várias de suas produções, inclusive artistas de gêneros completamente distintos.
Em 1980, o 'Tremendão' até mesmo lançou o álbum 'Erasmo Convida', onde a ideia de concepção era justamente produzir canções com outros nomes conhecidos. Entre as parcerias, nomes como Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, Rita Lee, Gal Costa, Tim Maia, Emicidae Supla se destacam.
Ao contrário de muitos artistas do passado, que diversas vezes são pouco ativos nas redes sociais e raramente se posicionam publicamente sobre diversos temas, como política, Erasmo Carlos se mantinha sempre atualizado e ativo. Entre as críticas mais fortes que ele tinha, destacam-se às relacionadas à CPI da Covid e às atitudes do governo de Jair Bolsonaro.
Além disso, em suas redes sociais ele também interagia com seus seguidores e comentava com fãs sobre alguns lançamentos famosos, como enquanto a série Game of Thrones estava ainda em produção.