Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Estados Unidos

Afinal, como funcionam as eleições nos Estados Unidos?

No dia 5 de novembro de 2024, os americanos vão às urnas para decidir quem será o próximo presidente; entenda como funciona o sistema eleitoral do país

Luiza Lopes Publicado em 04/11/2024, às 18h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cabine de voto nos Estados Unidos - Getty Images
Cabine de voto nos Estados Unidos - Getty Images

No dia 5 de novembro de 2024, os americanos vão às urnas para decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos: o republicano Donald Trump ou a democrata Kamala Harris. O vencedor assumirá o cargo em 20 de janeiro de 2025.

As eleições presidenciais no país ocorrem a cada quatro anos nos EUA. Entretanto, ao contrário do Brasil, a contagem de votos é um processo mais longo e complicado, com resultados frequentemente divulgados dias após a votação. Isso se deve, em parte, ao uso de cédulas de papel em muitos estados, o que prolonga a apuração dos resultados.

O sistema político americano é dominado por duas grandes agremiações: o Partido Democrata e o Partido Republicano. Embora partidos menores possam concorrer, eles costumam carecer de recursos financeiros e apoio popular suficientes para se manter na disputa. Além disso, as eleições nos EUA são de um único turno, o que significa que um candidato pode ser eleito mesmo sem alcançar mais de 50% dos votos.

voto
Cédula de voto à Presidência dos Estados Unidos / Crédito: Getty Images

Voto indireto

Nos Estados Unidos, o presidente não é eleito diretamente pelo voto popular. Em vez disso, a escolha é validada por um Colégio Eleitoral composto por 538 delegados que, na prática, confirma a decisão dos eleitores.

Os delegados, por sua vez, são representantes que votam em nome dos eleitores em cada estado. Para vencer a eleição, um candidato precisa conquistar pelo menos 270 dos 538 delegados.

O número de delegados de cada estado varia conforme sua população e a quantidade de representantes no Congresso; estados mais populosos geralmente têm mais delegados. O candidato que obtiver a maioria dos votos em um estado leva todos os delegados dessa região, mesmo que a diferença seja mínima.

Além disso, o voto nos EUA é facultativo para cidadãos com 18 anos ou mais. Nas eleições presidenciais de 2020, a participação foi de cerca de 62,8%, com mais de 158 milhões de pessoas votando.

O dia da votação não é feriado, mas muitos estados abrem as urnas semanas antes para facilitar a participação, além de permitir a votação por correio em algumas localidades.

Escolha dos candidatos

Ao contrário do Brasil, onde os candidatos à presidência são escolhidos diretamente pelos partidos, nos Estados Unidos existem duas modalidades de votações preliminares que definem os candidatos de cada partido: primárias e caucus.

Durante esse período, os políticos realizam campanhas e debatem suas propostas. Nas primárias, os eleitores se dirigem a locais de votação e escolhem seu candidato de forma secreta, utilizando cédulas.

Já nos caucus, os eleitores se reúnem em assembleias, onde o voto é geralmente público. Em ambas as modalidades, a disputa ocorre entre candidatos do mesmo partido, e o vencedor dessas fases é quem concorre na eleição presidencial de novembro.

trump
Kamala Harris e Donald Trump / Crédito: Getty Images

Vencedor pode perder?

No sistema do Colégio Eleitoral, o candidato que receber a maior quantidade de votos em um estado conquista todos os delegados daquela área, independentemente da margem de vitória. Isso pode resultar em situações em que um candidato vence a votação popular nacionalmente, mas é derrotado no Colégio Eleitoral.

Um exemplo disso ocorreu em 2016, quando a candidata democrata Hillary Clinton recebeu quase 3 milhões de votos a mais que o republicano Donald Trump no total nacional, mas conquistou apenas 232 delegados, enquanto Trump obteve 306.

Isso se deve ao fato de Clinton ter vencido em estados populosos, como Califórnia e Nova York, enquanto Trump venceu em estados-chave, também chamados de estados-pêndulo (do inglês, "swing states"), por margens apertadas. 

Ao contrário da maioria dos estados americanos, que tendem a favorecer consistentemente um partido, os estados-pêndulo não demonstram uma preferência clara entre republicanos e democratas ao longo dos pleitos.

A decisão de voto nesses estados pode variar dependendo da campanha, das pesquisas e dos resultados anteriores, tornando-os altamente disputados. Uma vitória expressiva em um desses estados este ano pode, inclusive, consolidar sua inclinação em uma direção para a eleição de 2028.

Segundo a CNN, para 2024, as projeções de políticos e analistas indicam que os sete estados-chave são: Arizona (11 delegados), Carolina do Norte (16 delegados), Geórgia (16 delegados), Michigan (15 delegados), Nevada (6 delegados), Pensilvânia (19 delegados) e Wisconsin (10 delegados).