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Matérias / Entretenimento

Em 1988, Silvio Santos pediu piedade para Roberto Marinho: "O senhor não precisa mais de dinheiro"

Uma disputa foi travada entre as duas maiores emissoras do país

Wallacy Ferrari
por Wallacy Ferrari
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Publicado em 09/05/2021, às 10h00

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Silvio direciona mensagem ao dono do Grupo Globo, Roberto Marinho - Divulgação / SBT / YouTube / Baú do Silvio
Silvio direciona mensagem ao dono do Grupo Globo, Roberto Marinho - Divulgação / SBT / YouTube / Baú do Silvio

1988 foi um ano de destaque para o SBT; confirmando a disputa pela vice-liderança, o canal de Silvio Santos travou uma disputa pública contra a TV Globo, líder máxima já na época,.

Jô Soares foi o primeiro contratado do ano e, não apenas conseguiu trazer seu programa de humor, como também conquistou o talk-show diário ‘Jô Soares Onze e Meia’.

O primeiro sinal de vitória foi com Gugu Liberato, que por pouco não passou a ocupar os domingos da emissora carioca, sendo alvo de uma disputa no início daquele ano — vencida pela casa que o revelou. Amplamente comemorada pela emissora paulista, chegou a ser anunciada com glória no SBT.

Em abril daquele ano, outra alfinetada; na estreia do programa ‘Cinema em Casa’, Silvio decidiu comprar os direitos e exibir o clássico “Rambo”. Ao mesmo tempo, a Rede Globo colocou a sequência do filme simultaneamente no canal — mas acabou sendo driblada pela rival, como noticiamos anteriormente.

O SBT optou por remanejar o dia da atração e ainda segurou até o fim da novela para garantir que toda a audiência estivesse presente, consagrando a líder por alguns instantes, como reportamos anteriormente. Era o início de um confronto de consolidação das emissoras.

Disputa de gigantes

A Globo passou a criar uma série de medidas relacionadas ao banimento e suspensão de figuras que fizessem questão de atrelar seus nomes ao canal de Silvio Santos; no Troféu Imprensa de 1987, Jô Soares fez questão de ler uma carta aberta contra o posicionamento da Globo.

"Quem sair da emissora sem ter sido mandado embora corre o risco de não poder mais trabalhar em comerciais, sob a ameaça de que estes não serão lá veiculados. Como a rede detém quase o monopólio do mercado, os anunciantes não ousam nem pensar em artistas que possam desagradá-la", relatou, como relembrou o Notícias da TV.

Ciente das sanções impostas implicitamente aos artistas e ex-funcionários da emissora rival, Silvio Santos abriu o coração em 1988, quando decidiu direcionar uma mensagem ao vivo ao proprietário do Grupo Globo, Roberto Marinho, solicitando uma trégua entre as emissoras pelo fim do monopólio comercial, conforme resgatado em vídeo pelo blog Baú do Silvio.

Pedido do chefe

Na mensagem, o apresentador conversa direto com a câmera e cita o caso de Sérgio Chapelin, que em 1983 se transferiu ao SBT, mas não renovou o contrato pela impossibilidade de ter campanhas publicitárias circuladas na emissora dos Marinho, tirando a maior parte de sua fonte de renda. Dessa maneira, Silvio pede piedade e exemplifica a necessidade de ajudar a classe.

“Será que o senhor não vai convencer os seus diretores a deixar qualquer artista fazer comerciais na Globo quando o artista quer sair e recebe uma oferta da Bandeirantes, da Manchete, da Record, do SBT? A nossa luta é pela sobrevivência. O senhor não precisa mais de dinheiro, tenho certeza, eu também não. Mas os nossos funcionários precisam do dinheiro", afirmou.

Até mesmo a idade e relação religiosa de Roberto, na época com 83 anos, foi abordada pelo comunicador, acrescentando que não havia mais motivos para enriquecer com o impedimento.

"O senhor já está mais para a eternidade do que para a vida. O senhor é um homem que não precisa de mais nada. Precisa estar em paz com Deus, para que ele o receba logo, logo em seus braços”.

O dono da rival só faleceria em 2003 — mesmo ano onde uma barreira histórica seria quebrada, como registrou o portal Notícias da TV; para uma ação promocional da Nestlé chamada 'Junta Brasil', Gugu e Faustão dividiram a tela simultaneamente em seus respectivos estúdios, sendo um marco para o fim da disputa.


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