Escritor e pesquisador relembra que Dom Pedro I era bem higiênico para a época
Dom Pedro I, o primeiro imperador do Brasil e responsável pela proclamação da Independência do país, sempre foi uma figura muito controvérsa para quem buscava conhecer um pouco mais de sua história.
Algumas de suas curiosidades mais conhecidas envolvem o fato de ele possuir relacionamentos extraconjugais — o que lhe trazia fama ruim na época — e a forma com tratava a imperatriz Leopoldina, sua esposa.
Algumas características menos conhecidas do imperador englobam excentricidades próprias, e até mesmo talento musical e carinho pelos filhos.
Embora fosse o herdeiro legítimo do trono português, Dom Pedro I veio ao Brasil com apenas nove anos, e aqui foi onde cresceu e se habituou, tendo vivido uma vida consideravelmente livre no Rio de Janeiro.
Ele apreciava caminhadas e escaladas, atividades físicas comuns, mas também costumava nadar nu nas praias de Botafogo e do Flamengo.
Além de nadar pelado na praia, ele tinha uma necessidade de limpeza corporal absurda para a época dele. Os palácios podiam quase não ter móveis, mas todos tinham de ter uma casa de banho completamente equipada. Ele tomava banho depois de todos os deslocamentos", conta o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, que escreveu a biografia do primeiro imperador do Brasil à Folha de S. Paulo.
Um dos fatos mais conhecidos e polêmicos sobre Dom Pedro I, foi sua relação com Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, sua amante mais famosa enquanto casado com a imperatriz Leopoldina.
Na época, o imperador já tinha o costume de trocar cartas eróticas com a mulher, por vezes assinadas com a alcunha de 'Demonão' ou 'Fogo Foguinho'.
Tudo o que se fala hoje estava lá em forma de carta. Desde brigas de ciúmes até coisas fofas. Algumas coisas são bastante atemporais", acrescenta Rezzutti, que compara Dom Pedro I e a Marquesa de Santos com "dois amantes no WhatsApp", visto o conteúdo das cartas.
Paulo, que é responsável pela publicação de ilustres obras sobre a família imperial, agora lançou o box comemorativo com as edições ampliadas em capa dura, das biografias que contam a história da imperatriz Leopoldina (D Leopoldina - A mulher que arquitetou a Independência do Brasil) e Dom Pedro I(D Pedro I - O homem revelado por cartas e documentos inéditos).
Além das edições, o escritor lançou um novo volume da ilustre série “A história não contada”. No livro 'Independência: a história não contada: A construção do Brasil: 1500-1825', Paulo Rezzuttiexplica com facilidade o processo que resultou no 'Grito do Ipiranga' e um resumo do que veio em seguida: o nascimento e a construção – ainda em curso – de um país.