O rei do pop revelou suas principais chateações na conversa íntima com o herdeiro, dias antes de falecer; relato foi revelado em 2013
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/08/2021, às 07h00 - Atualizado em 05/11/2022, às 12h00
A turnê This Is It, anunciada oficialmente por Michael Jackson em coletiva de imprensa na Arena O2, em Londres, Inglaterra, no dia 5 de março de 2009, foi capaz de atiçar os fãs mais apaixonados do 'rei do pop'.
Com 50 datas distribuídas entre julho daquele ano até o início de 2010, os ingressos se esgotaram em tempo recorde na época, com 360 mil deles vendidos nas primeiras 18 horas de pré-venda, como informou a Rolling Stone na época.
O anúncio londrino era um “ato final”, com Michael deixando claro que faria sua turnê internacional de despedida durante o discurso no auditório da arena: "Eu só queria dizer que essas serão minhas últimas apresentações em Londres. Quando eu digo que ‘é isso aí’, realmente quero dizer que ‘é isso aí", disse o astro.
Contudo, 18 dias antes da estreia da turnê, Michael foi encontrado morto em sua residência em Los Angeles, em 25 de junho de 2009. Próximo, estava o Staples Center, ginásio do time de basquete Lakers e local alugado pela produtora do show para realizar os testes estruturais e desgastantes ensaios de canto e coreografia — se tornando o palco dos últimos momentos onde o cantor foi visto vivo.
Em testemunho durante o julgamento da família Jackson contra a produtora por negligência, realizado em 2013, o filho de Michael, Prince, na época com 16 anos, afirmou que convivia com o pai e a irmã Paris nos últimos dias de vida, reproduzindo falas do pai em conversas íntimas por telefone e em casa, conforme registrou o portal G1 em 2013.
De acordo com o jovem, o cantor manifestou chateação com o diretor da produtora, Randy Philips, chegando a chorar em linha com o filho e implorar por mais tempo de ensaio para maior adaptação e ritmo ao contratante, sem sucesso: "Ele dizia: 'Eles vão me matar, eles vão me matar''', afirmou o herdeiro.
Porém, mais detalhes sobre o último dia de vida do pai chamaram ainda mais atenção pelo colapso na saúde do astro; os herdeiros mais velhos do cantor estavam na residência de Los Angeles quando perceberam a movimentação de funcionários da casa para amparar o artista já desacordado, poucos dias depois de reclamar da rotina intensa de ensaios.
A fatídica data foi relembrada com emoção e detalhando a situação dos personagens da investigação: "Eu estava embaixo, na sala de estar. Ouvi gritos lá em cima. Vi o doutor Conrad, (o chef) Kai (Chase) parecia nervoso e disse: 'Dr. Murray quer você lá em cima'. Corri e vi o dr. Murray fazendo CPR (sigla em inglês que significa ressuscitação cardiorrespiratória)”, afirmou Prince.
Ele afirmou também que o médico pessoal do pai manifestou desespero ao encontrar o paciente sem sinais vitais no quarto da mansão, sem conseguir acalmar os filhos: "Dr. Murray estava gritando, enquanto fazia CPR. Então, minha irmã subiu. Ela ficava gritando o tempo todo, dizendo que queria o pai dela", completou.
Por fim, ainda acompanharam a ambulância que tentava reanimar o pai em um carro dirigido por um dos funcionários da mansão onde viviam, recebendo a notícia do óbito diretamente do médico pessoal, de maneira abrupta: "O doutor Murray disse 'desculpem, garotos, seu pai morreu'. Nós apenas choramos", concluiu.