Aclamada série de 2001 ambientada na Segunda Guerra Mundial chegou recentemente ao catálogo da Netflix
A série "Irmãos de Guerra" (Band of Brothers), que é centrada na história real de um grupo de paraquedistas da 101ª Divisão do Exército dos EUA — que atuaram durante a Segunda Guerra Mundial — chegou recentemente ao catálogo da Netflix, fazendo um enorme sucesso.
Lançada em 2001, a produção que conta com 10 episódios baseia-se no livro de mesmo nome do historiador Stephen E. Ambrose. Porém, apesar de ser conhecida por sua grande precisão, a obra produzida pela HBO não acerta tudo.
A seguir confira 5 pontos em que a minissérie comete erros.
Um dos equívocos mais notáveis em "Irmãos de Guerra" é a divergência na data da morte de Hitler. No episódio de número nove, um título exibe erroneamente a data como sendo 11 de abril de 1945. Nessa cena, os cidadãos alemães estão ocupados limpando a cidade, enquanto a Easy Company relembra os horrores que testemunhou, incluindo a libertação de prisioneiros de um campo de concentração.
No desfecho do episódio, o Capitão Lewis Nixon afirma que o líder nazista tirou a própria vida. No entanto, é importante destacar que a data correta da morte de Hitler é 30 de abril de 1945. A origem desse erro não está clara.
A representação do Primeiro Tenente Norman Dike em "Irmãos de Guerra" como sendo alguém incompetente e covarde também está bem longe de retratar a realidade, como destaca o portal ScreenRant.
Na série, ele é encarregado de liderar o ataque a Foy, mas entra em pânico sob pressão, o que resulta na morte desnecessária de seus próprios homens. É por causa de sua indecisão que o soldado é mais tarde substituído pelo Tenente Spiers e é dado como morto devido a um ferimento.
Porém, na realidade, o Primeiro Tenente Dike era um soldado notável que liderou com êxito vários ataques, tendo inclusive recebido Estrelas de Bronze por suas ações em Uden e Bastogne.
A fonte destaca que, embora Dike tenha hesitado durante o ataque a Foy, isso ocorreu devido a um ferimento, e não por falta de coragem. Ele sobreviveu à batalha e continuou a servir na Guerra da Coreia.
Essa representação negativa de Dike teria ocorrido em razão de uma licença criativa que tinha um único objetivo: dar destaque para o personagem de Spiers.
No episódio 3 de "Band of Brothers", a série apresenta aos espectadores o personagem Albert Blithe. Ele corajosamente supera seus medos durante a Batalha de Bloody Gulch, mas acaba falecendo dias depois ao ser baleado no pescoço por um franco-atirador. Ao final do episódio, a produção afirma que Blithe acabou morrendo em razão de seus ferimentos em 1948.
Contudo, a verdade é que a bala atingiu a clavícula ou o ombro do americano, que se recuperou de seu grave ferimento e, mais tarde, ainda chegou a lutar na Guerra da Coreia, onde ganhou uma Estrela de Prata por seus feitos em combate e foi promovido ao posto de Sargento Mestre.
Conforme informa o ScreenRant, o soldado casou-se, teve dois filhos e morreu quase duas décadas após a data apontada pela série, já no ano de 1967, após a perfuração de uma úlcera. O erro se deu porque os homens da Easy Company acabaram perdendo contato com Blithe na época e, assim, assumiram que ele estava morto.
Uma das características cativantes de "Band of Brothers" são as histórias que parecem ser quase incríveis demais para serem verdadeiras. No entanto, algumas delas foram ainda mais impressionantes na vida real.
Um exemplo é a história da enfermeira civil Anna, cujos atos heroicos ultrapassaram em muito o que foi retratado na série. Ela salvou seis soldados feridos durante um bombardeio no hospital e acabou perdendo a própria vida enquanto tentava resgatar um sétimo soldado.
Uma cena em particular, mencionada por um historiador da Segunda Guerra Mundial, foi apontada como um elemento fictício de Hollywood, distante da realidade.
Na cena em questão, um soldado da Easy Company solicita a um comandante de tanque britânico que atire em uma casa para destruir um tanque alemão que estaria escondido. No entanto, o soldado britânico se recusa, alegando que está proibido de causar "destruição desnecessária de propriedade".
Segundo o historiador, esse tipo de conversa provavelmente não ocorreria na realidade, já que não existia uma ordem específica para evitar danos materiais. Além disso, os soldados britânicos eram tão propensos a causar danos durante os combates quanto os americanos.
Na perspectiva desse historiador, essa cena parece retratar os americanos como mais entusiasmados e impulsivos, enquanto os britânicos são apresentados como mais calmos e controlados, o que, é claro, distorce a realidade e contribui para estereótipos.