Um dos mais notórios geólogos e paleontólogos da Inglaterra vitoriana chamava a atenção pela excentricidade de seus gostos culinários
Durante uma recepção, Lorde Harcourt, arcebispo de York, resolveu passar entre os convivas o orgulho de sua coleção: o coração preservado do Rei Sol, Luís XIV, morto em 1715. De mão em mão, a peça passou, causando suspiros impressionados. Com o mais de um século desde sua preservação, encolhera até o tamanho de uma noz.
Até cair nas mãos da celebridade mais duradoura por ali: o reverendo William Buckland, teólogo e naturalista, o descobridor dos dinossauros, primeiro a descrever um deles numa publicação científica. Impressionado com a relíquia, proferiu: “Eu tenho comido muitas coisas estranhas, mas nunca comi o coração de um rei antes”.
E goela abaixo se foi a relíquia histórica, para o choque de todos. Menos quem conhecia Buckland, um dos cientistas mais estranhos da História.
Nascido em Devonshire, na Inglaterra, ganhou uma bolsa de estudos em Oxford em 1801. Atuou como pastor anglicano e professor até que, em 1824, foi nomeado presidente da Sociedade Geológica de Londres. Ano em que batizou o Megalossauro, reconhecendo pela primeira vez que os dinossauros eram uma categoria de animais há muito extintos, não restos de seres mitológicos.