Hitler e seus arquitetos pensaram num lindo recanto na praia para os fiéis do Reich descansarem
Prora foi um projeto alemão de um resort de férias na ilha de Rügen, que o Führer pensou como recanto de descanso para soldados e oficiais aliviarem o estresse da guerra. O local fica numa extensa baía conhecida como Prorer Wiek, que separa a lagoa do Kleiner Jasmunder Bodden do Mar Báltico.
O complexo de edifícios se estenderia por 4,5 quilômetros, a 150 metros da praia de areia plana perfeita para um resort a beira-mar. O idealizador do projeto, Robert Ley, pensou o Prora como um paralelo nazista dos campos de férias para trabalhadores na Inglaterra. Abrigaria 20 mil turistas, o que era consideralmente acessível.
A planta foi desenhada por Clemens Klotz, vencedor do concurso criado por Albert Speer, arquiteto-chefe do Reich. Todos os quartos deveriam ter vista para o mar, duas camas, um armário e uma pia. Os banheiros e salões eram coletivos.
Hitler, em suas aspirações megalomaníacas, queria que o resort fosse o "mais poderoso e grande que já existiu" que, em caso de urgência, pudesse ser convertido num hospital militar. Também insistiu na montagem de uma arena elaborada pelo arquiteto Erich Putlitz, onde poderiam ocorrer festivais, exibições de filme e um porto para navegações domésticas.
O Prora começou a ser efetivamente construído em 1936, o que envolveu os maiores arquitetos e empresários do Reich, com a força do trabalho de nove mil homens. Foi apenas em 1939, com a explosão da Guerra, que esses trabalhadores foram realocados para a fábrica de armas de Peenemünde e o resort teve sua construção paralisada.
Com a construção de parte do projeto, o complexo de prédios inacabados acabou se tornando refúgio da população de Hamburgo nos momentos de bombardeio, até que o local ficasse estabelecido como abrigo para auxiliares femininas da Luftwaffe.
Após a ocupação soviética do fim da Guerra, o resort nazista se tornou uma base militar do Exército Vermelho: a Segunda Brigada da Artilharia ocupou o bloco 5 do complexo por 10 anos, enquanto os materiais utilizáveis eram escamoteados. Já dois blocos habitacionais foram demolidos.
Com a retomada do local pelo governo da Alemanha Oriental, vários edifícios foram reconstruídos. Tornaram o Prora uma nova base militar, dessa vez de unidades do exército da RDA, como o Fallschirmjägerbataillon Willi Sänger (40º Batalhão de Paraquedas Willi Sänger), enquanto o bloco 4, no norte, foi estabelecido para abrigar treinamentos de combate urbano.
Com a reunificação alemã, o Exército da RDA foi integrado ao Bundeswehr, que ocupou o complexo de edifícios. Tomando em conta o valor histórico do local, aboliu-se o projeto de destruição das estruturas e deu-se a proteção histórica para aquele patrimônio.
Nos anos 1990, o Prora ainda passou na mão da Escola Técnica Militar do Exército e depois se tornou abrigo para refugiados dos Balcãs, até 1993. Então, foi abandonado, ficando a mercê do vandalismo e da deterioração, com exceção do Bloco 3, que se tornou um salão de exposições. Fundou-se, em 2000, finalmente, um Centro de Documentações do local, cujas ruínas foram novamente consideradas um resort funcional desde 2018.
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