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Matérias / Arqueologia

Máquina de Anticítera: O 'computador' mais antigo da História

Esse enigmático artefato, embora tenha 2 mil anos, conta com uma tecnologia à frente de seu tempo

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/08/2021, às 09h00

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Representação da Máquina de Anticítera - Divulgação/ University College London
Representação da Máquina de Anticítera - Divulgação/ University College London

Em março deste ano, um dos objetos mais misteriosos do passado chegou significativamente mais perto de ser desvendado.

Trata-se da chamada Máquina de Anticítera, um complexo artefato de cerca de 2 mil anos que é considerado o primeiro 'computador' analógico já construído pela Humanidade. 

Ele foi descoberto em 1901 em meio a um naufrágio localizado no Mediterrâneo. A máquina foi determinada como pertencente à época do Império Romano. Entender seu funcionamento, todavia, era um desafio.

Isso pois o objeto, que era feito de bronze, foi extremamente afetado pela corrosão ao longo dos séculos. Assim, os especialistas estimaram que as deterioradas 82 peças que encontraram formavam apenas um terço do original. 

Fragmento da máquina de Anticítera/ Crédito: Wikimedia Commons

Apesar dos obstáculos, contudo, os pesquisadores puderam determinar no decorrer dos anos que se tratava de uma máquina de funções astronômicas, que seria usada pelos antigos para estudar a trajetória de astros, tal como a Lua e planetas observáveis a olho nu, e também para prever fenômenos como eclipses

Foi apenas em 2021, porém, que um time de pesquisadores conseguiu recriar a relíquia do passado. 

Mecanismos impressionantes 

Os esforços científicos produziram um estudo que foi publicado no Scientific Records, conforme repercutido pela Superinteressante na época.  

A inspiração para iniciar o trabalho veio de uma pesquisa anterior, lançada em 2005, que revelou, através do uso de raio-X, a existência de milhares de caracteres que estavam inscritos no bronze da Anticítera. Um deles era 462, por exemplo, e outro era 442. 

Esses números correspondem à exata quantidade de anos que leva para, respectivamente, Vênus e Saturno completarem suas órbitas ao redor do Sol.

O fato de pessoas que viveram 2 mil anos atrás terem sido capazes de fazer precisões tão exatas é incrível — e merece uma investigação mais intensa. 

Para fazer a reconstituição da avançada máquina, os cientistas se limitaram a usar os conhecimentos matemáticos que já existiam no período.Um registro que ajudou muito, inclusive, foi realizado pelo filósofo Parmênides de Eleia, que teria feio a engenharia reversa do objeto.

No momento que o estudo deste ano foi publicado, a equipe de especialistas havia terminado de projetar o artefato, e seu próximo passo seria construí-lo de fato. 

“Este é um avanço teórico fundamental, Agora devemos provar que esse modelo é viável, reconstruindo-o na prática usando técnicas antigas, Um desafio particular será o sistema de tubos aninhados que carregam os resultados astronômicos”, afirmou Adam Wojcik, um dos autores do estudo, em comunicado

Painel frontal de uma reconstrução feita em 2007/ Crédito: Wikimedia Commons

À frente de seu tempo

Uma das características da Máquina de Anticítera que mais impressionou os pesquisadores é que as engrenagens internas que eram necessárias para a construção do mecanismo possuíam um nível de precisão superior ao observado no restante das tecnologias utilizadas naquele período. 

Inclusive, o interior do objeto é mais semelhante a relógios e pêndulos modernos do que com o que costumava ser usado no Império Romano. Existem, por exemplo, tubos milimétricos, cuja confecção é difícil de visualizar sem o uso de certos equipamentos que apenas foram inventados depois.

Esse outro mistério possivelmente poderá ser respondido em próximas etapas do projeto. 


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