A mulher foi recentemente considerada culpada pelos homicídios de sete bebês no hospital em que ela trabalhava
Lucy Letby é uma mulher britânica de 33 anos que foi condenada à prisão perpétua por um tribunal da Inglaterra na última segunda-feira, 21, por ter assassinado sete bebês e tentado assassinar outros seis.
Ela foi considerada culpada por 14 das 22 acusações que recebeu — originalmente, era suspeita de estar envolvida com os ataques às vidas de 17 nenéns. Letby, vale mencionar, sempre alegou ser inocente.
Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2015 e 2016, período em que ela trabalhou como enfermeira no berçário do Hospital do Condado de Chester. Seus métodos para tirar as vidas dos recém-nascidos variaram entre injetar bolhas de ar em sua corrente sanguínea, alimentá-los com uma quantidade excessiva de leite ou envenená-los com insulina.
Nos casos de algumas de suas jovens vítimas, aliás, houve mais de um ataque. Um dos sobreviventes, chamado pela corte britânica de "Criança G", teve "danos cerebrais irreversíveis" causados pelas ações de Letby, conforme repercutido pela revista People.
Nas suas mãos, substâncias inócuas como ar, leite, fluidos — ou medicamentos como a insulina — se tornaram letais. Ela perverteu seu aprendizado e transformou sua arte em uma arma para infligir dano, dor e morte", apontou o promotor Pascale Jones durante o julgamento da enfermeira.
Uma das primeiras pessoas a desconfiar da mulher inglesa foi o médico sênior chamado Ravi Jayaram. Ele foi até a administração do hospital de Chester em mais de uma ocasião para falar de suas suspeitas entre 2015 e 2016, mas suas preocupações foram ignoradas durante meses a fio.
Em um dado episódio, Jayaram chegou a flagrar Letby observando um bebê cujo tubo de oxigênio havia sido desalojado. Ela podia ver que os níveis de oxigênio do recém-nascido estavam caindo, mas não estava fazendo nada a respeito até o médico mais velho aparecer para interferir na situação.
Os comportamentos suspeitos da enfermeira chegaram à polícia apenas em 2017, ao que eles começaram a investigá-la. Durante os últimos anos, ela foi presa em 2018, em 2019 e 2020. Foi apenas após essa última ocasião que não foi mais solta.
Uma das maiores evidências encontradas pelas autoridades para corroborar a culpa de Lucy Letby foi um post-it descoberto por oficiais que vasculharam sua casa sob um mandado de busca. A nota, que estava em seu diário, traz uma mensagem em tom de confissão:
Eu não mereço viver. Eu os matei de propósito porque não sou boa o suficiente para cuidar deles. Eu sou uma pessoa horrível e má (...) Eu sou má. Eu fiz isso", diz ela em um trecho do bilhete.
Além dos pertences da enfermeira em si, os testemunhos de muitos de seus colegas de trabalho foram usados como evidência contra ela.
Outra prova importante foi a própria taxa de mortalidade de recém-nascidos do Hospital do Condado de Chester durante o período no qual ela atuou lá: o número era compatível com o de outras instituições de saúde previamente à entrada de Lucy Letby, e, após sua contratação, sofreu um aumento aparentemente inexplicável.