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Matérias / Primeira Guerra

A Bíblia que salvou um soldado da Primeira Guerra Mundial

O episódio foi revelado em 2018 e chamou atenção pelo livro religioso preservado com os furos de disparos de metralhadora

Wallacy Ferrari
por Wallacy Ferrari
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Publicado em 19/03/2023, às 18h00

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Imagem registra Bíblia com furos de bala - Divulgação / The Royal British Legion
Imagem registra Bíblia com furos de bala - Divulgação / The Royal British Legion

Ter um item para acompanhar uma pessoa crente representa, culturalmente, uma forma de se aproximar de uma crença ou de dogmas, sejam eles reunidos em uma religião ou apenas embasados em fé.

Contudo, um homem que trabalhava na enfermaria do exército britânico durante a Primeira Guerra Mundial teve 'proteção dupla'. Além de acompanhado do livro sagrado do cristianismo, a Bíblia, ele foi protegido fisicamente, em âmbito literal, durante um ataque aéreo.

Durante um ataque com gás, no ano de 1917, enquanto prestava serviços em um campo de batalha, o soldado Leslie Friston acabou adquirindo problemas de visão e respiração, tendo de ser internado em um leito improvisado, no auge de seus 23 anos. Enquanto recebeu cuidados médicos, um avião alemão acabou passando justamente em cima da base onde ele estava.

Metralhando o telhado de zinco do prédio, duas das balas acabaram atingindo, na verdade, uma Bíblia que o acompanhava. Os dois tiros preencheram o pequeno espaço do livro sagrado, mesmo vindo do alto e em velocidade constante, para mantê-lo intacto no ataque.

Imagem registra Bíblia aberta com furos de bala / Crédito: Divulgação / The Royal British Legion

Revelando a história

A história foi revelada pela filha do rapaz, Ena Thompson, em entrevista repercutida no ano de 2018 pelos veículos Daily Mail, Sky News, Metro e Fox News. Ela acrescentou que, pelo fato de ter sido disparada em longas distâncias, milímetros poderiam ser cruciais para acertá-lo, contudo, o objeto foi crucial.

Ele disse que a Bíblia salvou sua vida quando sofreu o impacto do ataque. Se as balas tivessem caído apenas alguns centímetros mais longe dele, ele não teria sobrevivido - e eu não estaria aqui hoje", disse sua filha, aos 87 anos, em artigo de 2018.

Ena ainda acrescentou que, mesmo com a salvação das balas direcionadas ao livro, que ficou na cabeceira de sua cama durante o ataque, o pai compartilhava poucas memórias sobre a guerra, devido ao fato de ter acompanhado dois irmãos, Tom e Edward, com este último, 4 anos mais novo, morrendo em confronto.

Mesmo assim, fez questão de preservar o item de forma a agradecer a vitória. Ao retornar da guerra, conseguiu recuperar a visão e se curar de problemas respiratórios, administrando uma mercearia em Londres até seus dias finais.