Com pinturas ligadas a fertilidade e sexualidade, a estrutura em Pompeia foi reaberta ao público após duas décadas fechada
Nesta quinta-feira, 12, a administração do Parque Arqueológico de Pompeia animou entusiastas da História ao anunciar, após duas décadas de bloqueio, que a Casa dos Vettii, conhecida por abrigar dois escravizados no local, será finalmente reaberta após a conclusão de sua restauração.
Contudo, os menos inteirados sobre o local se surpreendem ao descobrir que sua estrutura ostenta afrescos curiosos, chegando a ser popularmente apelidada como a 'Capela Sistina da Pompeia'. A confecção, atribuída a Aulo Vettius Conviva e Aulus Vettius Restitutus, já chama atenção por suas trajetórias.
Ambos eram escravos, mas não apenas conseguiram se libertar do trabalho forçado, como construíram uma fortuna a ponto de ordenar a construção da impressionante residência histórica, finalmente reaberta para visitação. Ao edificarem a casa, no entanto, optaram pela decoração pouco usual, agora recuperada por completo.
Descoberta em escavações arqueológicas entre os anos de 1894 e 1896, suas pinturas em paredes e estátuas reproduzem símbolos e figuras da mitologia grega, inclusive com artigos ligados a sexualidade e fertilidade, impressionantemente contando com características intactas, mesmo construída no século 2 a.C. e parcialmente destruída após a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.
As representações ligadas as relações impressionam, como uma notável no que seria a sala de jantar; em um friso de 15 centímetro que percorre as paredes do cômodo, dezenas de cupidos desnudos realizam diversas atividades, além de acompanhar deuses e casais da mitologia nas pinturas.
Um dos afrecos, retratados ainda na entrada, reproduz Priapo, que na mitologia grega é um deus filho de Afrodite, deusa do amor, a beleza, a fertilidade, o desejo. Ele, por sua vez, é deus da fertilidade e abundância, sendo retratado com um grande pênis disposto sobre uma balança, que se equilibra do outro lado com um saco aparentemente cheio de moedas.
Uma das obras mais eróticas, no entanto, mostra um casal, completamente nu e dispostos em uma cama, praticando intercurso sexual. Esta, em específico, chamou atenção dos pesquisadores na época da descoberta, visto que foi feita dentro de uma pequena sala, próxima a cozinha da residência.
De acordo com a revista Super Interessante, os pesquisadores do local acreditam que ali poderia ter funcionado um pequeno bordel, com regras estipuladas em uma inscrição. Na entrada do local, existe o nome de uma mulher, descrita como "dona de boas maneiras" e acompanhada de duas moedas romanas.