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Matérias / Arte degenerada

Arte degenerada: Veja 5 artistas que enfureceram Adolf Hitler

Durante o Terceiro Reich, não só pessoas, mas também centenas de obras de arte foram apreendidas, consideradas "degeneradas"; relembre!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 10/08/2024, às 11h00

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Autorretratos de Edvard Munch e Vincent van Gogh, ao fundo de fotografia de Adolf Hitler - Domínio Público via Wikimedia Commons / Getty Images
Autorretratos de Edvard Munch e Vincent van Gogh, ao fundo de fotografia de Adolf Hitler - Domínio Público via Wikimedia Commons / Getty Images

Durante o Terceiro Reich, quando a Alemanha foi governada pelo ditador Adolf Hitler, responsável pelo Holocausto durante a Segunda Guerra. O que muitos podem desconhecer, no entanto, é que a arte também foi alvo de perseguições por parte do tirano.

Adolf Hitler em 1932 / Crédito: Getty Images

Naquele período, a Alemanha vivia uma crescente da arte moderna, que enaltecia não necessariamente os traços e formas reais, mas carregava valores diferentes dos clássicos. Hitler, no entanto, começou a perseguir muitos desses novos "modelos" de arte.

Não é missão da arte chafurdar na imundície pela imundície, pintar o ser humano apenas em um estado de putrefação... ou apresentar idiotas deformados como representantes da força masculina", declarou Hitler em um discurso em setembro de 1935, dois anos antes de começar a apreender uma série de obras.

Foi então que o regime nazista começou a classificar uma série de obras como "degeneradas", ou inadequadas para serem consideradas arte. 

"Os líderes nazistas afirmaram que a arte de vanguarda refletia a suposta desordem, decadência e pacifismo da democracia pós-guerra da Alemanha. Os nazistas também alegaram que a ambiguidade da arte moderna continha influências judaicas e comunistas que poderiam 'colocar em risco a segurança e a ordem públicas'. Eles alegaram que a arte moderna conspirava para enfraquecer a sociedade alemã com o 'bolchevismo cultural'", explica artigo da Enciclopédia do Holocausto, do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos.

O partido criou a exposição "Entartete Kunst" ("Arte Degenerada"), organizada por Adolf Ziegler, então presidente da Câmara de Artes Plásticas do Reich. Naquele momento, foram exibidos 650 trabalhos, como pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e livros. 

Com isso em mente, confira a seguir 5 artistas que Hitler considerou "degenerados" em sua época:

1. Paul Klee

Apenas três anos após pintar seu primeiro abstrato puro, em 1917, o pintor e desenhista Paul Klee já chamava atenção. Em suas obras, segundo o The Culture Trip, ele utilizava técnicas sofisticadas, sendo especialmente influenciado pelo movimento cubista e teorias modernas de cor.

Em 1921, Klee passou a dar aulas na escola de Bauhaus e na Academia de Belas Artes de Düsseldorf, fato que chamaria atenção dos nazistas. As tropas de Hitler eventualmente invadiram sua casa, e garantiram que ele deixasse o posto de professor. Na época, Klee perdeu 102 pinturas, apreendidas, das quais 17 foram apresentadas na exposição de "Arte Degenerada" de 1937.

+ 'Arte degenerada': Bauhaus, a icônica escola alemã fechada pelos nazistas


2. Edvard Munch

Especialmente conhecido por pintar 'O Grito', 'Madonna' e 'Amor e Dor', o pintor norueguês Edvard Munchum dos precursores do impressionismo e expressionismo — também foi considerado um artista degenerado pelos nazistas.

'O Grito' e 'Madonna', de Edvard Munch / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

No início de sua carreira, até seus setenta anos, ele tomava como tema principal em suas obras o estado emocional e psicológico de suas figuras representadas, a partir do uso de cores brilhantes e conflitantes, sem mencionar padrões abstratos nas formas, gerando assim sentimentos caóticos e tumultuados em quem as observa. De fato, um compilado do que Hitler considerava degenerado. Ao todo, ele teve 82 obras rotuladas como tal, que foram removidas dos museus, explica o DW.


3. Emil Nolde

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'Máscaras', de Emil Nolde / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

De origem alemã-dinamarquesa, o pintor Emil Nolde foi não só um dos primeiros artistas expressionistas, como também membro do Die Brücke — um grupo de artistas expressionistas formado em 1905. Ainda assim, ele foi um apoiador do Partido Nazista, expressando abertamente opiniões negativas sobre artistas judeus.

Mas, Nolde ainda considerava o Expressionismo um estilo distintamente germânico, divergindo assim do que Hitler pensava. Ele teve mais de mil obras removidas de museus.


4. Ernst Ludwig Kirchner

Durante a Primeira Guerra, o pintor alemão Ernst Ludwig Kirchner sofreu um colapso mental, além de ter começado a lidar com uma série de problemas de saúde — que culminaram na natureza cada vez mais abstrata de suas obras, antes de sua morte em 1938.

'Duas garotas', de Ernst Ludwig Kirchner / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Um dos membros fundadores do Die Brücke, não surpreende que suas obras tenham sido removidas de museus por Hitler. 639 de suas obras foram apreendidas, das quais 25 foram exibidas na exposição "Arte Degenerada". 


5. Vincent van Gogh

Mesmo um dos artistas mais famosos de todos os tempos, que morreu antes até mesmo da Primeira Guerra Mundial, foi censurado pelos nazistas. O neerlandês Vincent van Gogh faleceu em 1890, mas serviu como uma inspiração para uma série de artistas posteriores, incluindo o próprio Emil Nolde, mencionado anteriormente.

Hitler, porém, não era um grande fã, e também apreendeu várias pinturas de van Gogh durante a era da Arte Degenerada. Uma curiosidade é que um dos autorretratos do artista chegou a ser vendido no leilão de Arte Degenerada, por uma quantia de US$ 40 mil.