Presidente russo disse que líder cubano revelou seus segredos: "Sabe por que continuo vivo?"
Fabio Previdelli | @fabioprevidelli_ Publicado em 05/03/2022, às 00h00 - Atualizado em 16/04/2022, às 08h00
Após seus dois mandatos como presidente da Rússia, entre 7 de maio de 2000 e 7 de maio de 2008, Vladimir Putin se tornou primeiro-ministro do país, visto que a constituição russa, assim como a nossa, só permite que um candidato cumpra dois mandatos seguidos no cargo mais alto do país.
Neste período longe da presidência, Dmitri Medvedev esteve à frente de uma das maiores nações do mundo. Nas eleições seguintes, de 2012, porém, o ex-agente da KGB voltou a ser um nome forte a despontar na disputa presidencial.
Entretanto, o novo período de Putin como presidente da Rússia esteve sob ameaças. Não no que diz respeito ao apreço popular, afinal, ele ganhou as eleições com mais de 63% dos votos, mas sim por conta de um atentado.
Em fevereiro daquele ano, a Serviço da Segurança da Ucrânia (SBU) informou a descoberta de um plano para assassinar o até então primeiro-ministro Putin, conforme relatou a agência de notícias Reuters.
As informações foram repercutidas de uma reportagem exibida no canal russo Channel One, que relatou que os agentes ucranianos haviam detido duas pessoas no porto de Odessa, no Mar Negro.
A apreensão ocorreu após um apartamento alugado explodir na região, o que culminou com a morte de uma pessoa. Segundo a rede televisiva, o grupo agia em prol de criar um Estado Islâmico no Norte do Cáucaso, na Rússia.
Eu posso confirmar oficialmente que eles estavam preparando uma tentativa de assassinato para Putin", relatou a então porta-voz da SBU, Marina Ostapenko.
Os dois responsáveis pelo ataque acabaram sendo presos antes do ato ser posto em prática. Um deles, aliás, só foi capturado porque se feriu com a explosão do apartamento. Ele estava sendo procurado há mais de um mês.
"Nosso objetivo final era ir para Moscou e tentar assassinar Putin", disse um dos conspiradores, segundo mostrado pela Channel One. "Nosso prazo era depois das eleições para presidente da Rússia."
Esta, entretanto, não foi a única vez que um plano visava assassinar Vladimir Putin. Em 2017, a Rede TVT exibiu uma série de quatro episódios chamada “Entrevistas com Putin”, em que o cineasta Oliver Stone entrevistou o presidente russo. Os dois se encontraram mais de dez vezes em um período de dois anos.
Entre os assuntos discutidos entre Stone e Putin, o norte-americano aponta que, segundo suas pesquisas, o presidente russo já havia sido alvo de cinco tentativas de assassinato. “Não tantas quanto [Fidel] Castro, que eu entrevistei. Creio que ele deve ter sofrido umas 50. Mas há cinco confirmadas [sobre você] das quais eu ouvi falar”.
Putin, então, revela que já havia conversado com Fidel em relação ao assunto, e que ele lhe deu uma importante lição. “Ele me disse: ‘Sabe por que continuo vivo?’. Porque sempre cuidei pessoalmente da minha segurança”.
Eu faço meu trabalho e os agentes de segurança, fazem o deles, e continuam fazendo satisfatoriamente”, completou.
Stone, então, ressalta a importância de uma figura da magnitude de Castro ter essa visão, visto que, em suas palavras, o primeiro modo de assassinar um presidente é quando alguém se infiltra em sua equipe de segurança. Desta forma, a confiança é algo fundamental.
“Eu sei”, responde Putin. “Sabe o que os russos dizem?”, questiona o presidente. “Dizem que os que estão destinados a ser enforcados não vão se afogar”. O cineasta então o questiona, perguntando qual seria o destino dele. “Só Deus conhece nosso destino. O seu e o meu”. Oliver Stone então diz: “morrer na cama, talvez”.
“Um dia isso [morte] vai acontecer a todos nós. A pergunta é: o que teremos alcançado até então de passagem neste mundo? E se desfrutamos das nossas vidas”, completa Vladimir Putin.