Apesar de resistir a porção que poderia tê-lo matado, a jornada do soldado finlandês que fugia do Exército Vermelho foi catastrófica
Durante a Segunda Guerra, além de estudadas estratégias de combate, ter soldados e outros guerrilheiros com um excelente preparo físico poderia ser um fator fundamental para a conquista de um território ou para ter sucesso em quaisquer que fossem os objetivos.
Entretanto, devido aos limites do corpo humano, nem sempre um combatente conseguia enfrentar horas e horas de conflito. Porém, para melhorar o desempenho de suas tropas, os alemães distribuíam drogas para serem usadas por seus soldados.
Além do estímulo corporal, essas substâncias também diminuíam o estresse. Contudo, os efeitos a longo prazo que essas drogas poderiam causar eram, de certa maneira, descartados e até mesmo ocultados.
Essa falta de informação foi tão crucial que um soldado finlandês, chamado Aimo Allan Koivunen, foi o primeiro caso documentado de um combatente que tomou uma overdose de metanfetamina durante o conflito.
O contexto histórico
Até meados de 1944, a Finlândia estava em guerra com os soviéticos pois seus vizinhos comunistas teriam feito exigências para que alguns portos e pontos importantes do país lhe fossem cedidos — em especial regiões que já faziam parte do Império Russo entre 1809 e 1917, mas que não desejavam renunciar à sua independência novamente.
Isso resultou com que Stalin ordenasse a invasão da Finlândia. Porém, apesar do seu desejo, em um primeiro momento, sua vontade não foi atendida, já que, apesar de estarem em um número menor, a resiliência e resistência finlandesa causaram um enorme vexame entre os sovietes no episódio que acabara conhecido como Guerra do Inverno.
Mas o Exército Vermelho era grande demais para a operação ser adiada para sempre e em 1940 o governo finlandês fez um acordo com o líder comunista, cedendo a ele a terra que exigira.
Felizmente, Stalin estava cada vez mais preocupado com Hitler e já não tinha mais tanto interesse assim em se envolver mais na Finlândia. Mas como a relação já não era muito amigável, em 1941 os finlandeses se juntaram ao Führer para invadir a União Soviética, no episódio que ficou conhecido como Guerra da Continuação.
Apesar desse suporte nazista, os finlandeses estavam interessados apenas em recuperar a terra que antes era deles e recusaram inúmeros pedidos no líder nazista para combaterem além de suas fronteiras originais.
A história de Koivunen
Em março de 1944, Aimo Koivunen estava patrulhando de esqui a região sul da cidade portuária russa de Murmansk, quando sua unidade foi atacada pelo Exército Vermelho. Apesar de ser surpreendido, Koivunen conseguiu escapar do cerco.
Após horas e mais horas esquiando para escapar do russo, já cansado e quase perdido na total escuridão, o soldado pegou uma garrafa de Pervitin, uma versão inicial da anfetamina, e não tomou somente uma única pílula, mas sim ingeriu todas as unidade que carregava, sem saber o que aquilo poderia fazer com seu corpo — a única noção que tinha era que a droga fora distribuída para soldados se manterem acordados durante um longo período de guarda, longas patrulhas ou outras tarefas desgastantes.
Koivunen engoliu uma quantidade suficiente para matá-lo, porém, por sorte, isso não aconteceu. Mas isso não o impediu de viver um pesadelo em vida. Após a curta explosão de energia que recebeu, seu corpo entrou em um estado delirante e, eventualmente, ele cedeu e perdeu a consciência. Quando despertou, seus companheiros já haviam partido e o deixado com apenas água, seu rifle e suas roupas do corpo.
Na floresta, o Pervitin e o medo de ser pego pelo Exército Vermelho o motivaram a continuar, no entanto sua jornada foi catastrófica, principalmente após sofrer graves ferimentos depois de pisar em uma mina terrestre. Como se já não bastasse, ficou em uma vala, à espera de ajuda.
Como não foi resgatado, decidiu não desistir e, com a droga ainda agindo em seu sistema, Aimo esquiou cerca de 400 quilômetros desde seu ponto de origem. Quando foi encontrado, acabou sendo encaminhado para um hospital finlandês, onde os médicos registravam sua frequência cardíaca perto dos 200 batimentos por minuto — o dobro da considerada normal.
Além do mais, ele ainda havia perdido muito peso, chegando a incríveis e assustadores 43 quilos. Aimo Koivunen sobreviveu ao episódio e faleceu somente em 1989, no dia 12 de agosto, semanas antes de completar 72 anos.
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