Quando o enorme túmulo foi revelado no Egito, muitos sugeriram que Alexandre, o Grande, estava enterrado ali, teoria que foi frustrada
Anualmente o Egito é responsável por revelar ao mundo descobertas arqueológicas capazes de fascinar os mais apaixonados por História. Nas areias, estão preservadas - ou quase isso - os restos da civilização que prosperou às margens do Nilo. Um desses intens conseguiu enlouquecer a internet alguns anos atrás.
Em 2018, arqueólogos foram responsáveis por abrir um túmulo que havia sido descoberto no bairro de Sidi Gaber, em Alexandria, Egito. Mesmo antes de tirar a tampa do sarcófago, o projeto já tinha dado o que falar na comunidade científica e, principalmente, nas redes sociais.
Na internet, inúmeras teorias sobre o que o artefato guardava começaram a surgir. Muitos sugeriram que, devido à grandiosidade da peça usada para o pós-vida, ela talvez pudesse ter sido usada para armazenar o corpo de ninguém mais ninguém menos que Alexandre, o Grande, o importante rei da Macedônia.
Outra conspiração apontada pelos internautas era a de que, caso os arqueólogos abrissem o sarcófago, seriam atingidos por uma maldição milenar, como teria acontecido com os cientistas que descobriram a tumba de Tutancâmon no passado.
Todas as hipóteses movimentaram a internet ao longo de três semanas, enquanto os pesquisadores preparavam o local para a abertura do túmulo. A curiosidade e suspense persistia, até quando o Ministério de Antiguidades do Egito anunciou no dia 19 de julho de 2018, que havia tirado a tampa do artefato e, finalmente, identificado o que ele guardava.
As duas principais teorias foram desmentidas logo de cara com a abertura do sarcófago. O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades e chefe da missão egípcia, Mustafa Waziri, relatou em nota, na época, os detalhes do que havia sido encontrado dentro do túmulo.
Ele informou que três esqueletos foram identificados dentro da tumba. Embora os Os pesquisadores tivessem estimado que o artefato datasse de algum momento entre os anos de 304 e 30 a.C., pouco após a morte de Alexandre, não foi ele a pessoa enterrada no túmulo encontrado.
Segundo Shaaban Abdelmoneim, especialista em múmias e esqueletos consultado pelo ministro, os restos mortais enterrados no local provavelmente eram de “três oficiais militares ou guerreiros”, conforme apontado pelos primeiros exames realizados nos ossos.
Um detalhe interessante destacado pelo estudioso é que um dos esqueletos inclusive apresentava um ferimento por flecha na cabeça, que pode ter sido obtido durante uma batalha.
Já sobre a praga que os atingiria se abrissem o caixão, Waziri até mesmo brincou: “O sarcófago foi aberto, mas nós não fomos atingidos por nenhuma maldição”.
Na verdade, o que eles perceberam foi um líquido de coloração avermelhada que preencheu o túmulo devido a uma infiltração. O esgoto acabou entrando na tumba e molhando o caixão, mas não danificando profundamente os achados.
O caixão foi considerado o maior já descoberto na região, como informou o portal Livescience na época de sua abertura. Ele foi encontrado enterrado a mais de cinco metros de profundidade em uma propriedade privada em Alexandria, no Egito.
Feito de granito preto, o túmulo pesa mais de 30 toneladas e tem proporções de 2,7 metros de comprimento, 1,5m de largura e 1,8 de altura. O artefato estava coberto ainda por uma espessa camada de argamassa.
Além do sarcófago, os pesquisadores também encontraram uma enorme escultura junto ao grande caixão. Tratava-se de uma peça feita de pedra alabastro, que poderia representar a pessoa cujo esqueleto estava guardado na tumba. Mais estudos ainda estão sendo realizados nos restos mortais para comprovar essa teoria.