Desmentindo teorias, o caixão de granito não era amaldiçoado nem ao menos guardava o esqueleto de Alexandre, o Grande
No bairro de Sidi Gaber, em Alexandria, Egito, uma escavação revelou uma grande tumba negra em 2018. Além do enorme sarcófago de granito preto, os arqueólogos também descobriram uma escultura de um homem. Na época, a descoberta arqueológica teve repercussão mundial e todos esperavam pela abertura da tumba.
Enterrado a mais de cinco metros de profundidade em uma propriedade privada na região, o sarcófago chocou tanto os arqueólogos quanto o público, que acompanhava tudo atentamente. A escultura também impressionou: feita de pedra alabastro, ela poderia representar a pessoa cujo esqueleto estava guardado na tumba.
Segundo informações divulgadas pelo portal Live Science naquele ano, o sarcófago foi considerado o maior já descoberto na região. Em comunicado, o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Mostafa Waziri, afirmou que o artefato tinha 2,7 metros de comprimento, 1,5m de largura e 1,8 de altura.
Pesando mais de 30 toneladas, ele estava coberto por uma espessa camada de argamassa. Para Waziri, conforme exposto em nota, isso poderia indicar que ele não tinha sido aberto desde que foi enterrado, o que o tornou ainda mais impressionante.
Afinal, a maioria dos sarcófagos já são descobertos abertos. Ao longo dos anos, eles foram encontrados por saqueadores e ladrões de tumba que danificam tanto o local quanto a múmia, se ela está presente, além de roubarem artefatos antigos e raríssimos que geralmente vêm com a tumba.
A ideia era que os pesquisadores, ao abrirem a tumba pela primeira vez na história, pudessem encontrar o indivíduo enterrado, as joias, roupas e todo tipo de item valioso guardado pelos antigos egípcios.
Os pesquisadores estimaram que o artefato data de algum momento entre os anos de 304 e 30 a.C., depois da morte de Alexandre, o Grande. Apenas com esse dado, inúmeras teorias surgiram na internet, suspeitando que o caixão poderia guardar o esqueleto ou múmia do famoso rei. Essa hipótese foi negada três semanas depois, com a abertura do sarcófago pelas autoridades egípcias.
Em julho de 2018, o sarcófago foi finalmente aberto, o que pôde responder inúmeras questões que estavam se formando ao redor do mundo. A Veja noticiou o projeto do Ministério de Antiguidades do Egito na época, desmentindo as teorias criadas pelos curiosos.
Também em nota, Waziri informou que três esqueletos foram identificados dentro da tumba. Citado pelo ministro, Shaaban Abdelmoneim, especialista em múmias e esqueletos, afirmou que os restos mortais provavelmente pertencem a “três oficiais militares ou guerreiros”, a partir dos exames preliminares realizados. Um deles inclusive apresentava uma ferimento por flecha na cabeça, que pode ter sido obtido durante batalha. A teoria de que Alexandre estava ali foi logo desmentida.
Outra conspiração levantada era a de que, ao abrir o sarcófago, os pesquisadores seriam atingidos por uma maldição. Uma espécie de maldição do Tutancâmon mais recente. Waziri brincou: “O sarcófago foi aberto, mas nós não fomos atingidos por nenhuma maldição”.
Um líquido primeiramente misterioso também estava presente dentro da tumba, mas os conspiracionistas nem tiveram tempo de desenvolver teorias. O secretário-geral egípcio logo afirmou que eles conseguiram identificar o que era a água de coloração avermelhada: somente esgoto, que pode ter entrado por uma infiltração.