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Matérias / Personagem

9 meses em cativeiro: os agoniantes dias de Elizabeth Smart

Raptada dentro de sua própria casa quando tinha apenas 14 anos, a jovem foi alvo de uma dupla de lunáticos

Caio Tortamano Publicado em 20/07/2020, às 20h33

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A ativista e sobrevivente Elizabeth Smart - Wikimedia Commons
A ativista e sobrevivente Elizabeth Smart - Wikimedia Commons

Era mais um dia normal de 2002, quando Elizabeth Smart, então com 14 anos, estava em seu quarto quando foi surpreendida com a presença de Brian David Mitchell, um lunático que não pensou duas vezes antes de raptar a garota.

O caso ocorreu no estado de Utah, em Salt Lake City, e foi revelado em detalhes pela própria Smart, que publicou um livro intitulado My Story (Minha História, em tradução livre). Na noite de rapto, Mitchell entrou pela janela da vítima e a ameaçou com uma faca no pescoço. Afirmava friamente que mataria toda sua família caso não deixasse a própria casa.

O sequestrador conhecia a família da jovem bem antes do triste episódio. Após realizar alguns reparos na casa de Smart, estudou a rotina dos familiares antes de colocar o plano em ação. Smart foi levada para uma distante residência localizada no campo, onde foi obrigada a se casar com o homem em uma falsa cerimônia.

Com a ajuda da esposa, Wanda Barzee, Brian abusava rotineiramente da adolescente. O terror durou nove meses. Além disso, o criminoso dopava Elizabeth com álcool e drogas pesadas. No entanto, durante esse período, a menina não ficava somente na casa, ela saía para a cidade usando um véu na companhia de Mitchell e Wanda. As pessoas acreditavam que se tratava de uma família comum. E foi justamente uma dessas cenas bizarra que quase permitiu que a garota pudesse escapar do casal.

Chance de escapar

Certa vez, quando o casal a levou para uma biblioteca um policial achou o trio extremamente suspeito. Assim que a autoridade decidiu abordar os três, Barzee colocou a mão na perna da garota, deixando a menina sem reação. Elizabeth conta que, nesse momento, ficou com muito medo. Afinal, diante das ameaças anteriores, um pedido de ajuda ao policial poderia resultar na morte da sua família.

O policial pediu para ver por baixo do véu da garota, ao que Mitchell violentamente negou, afirmando que seria um ataque a sua religião. Assim, a abordagem foi interrompida. Ao mesmo tempo, o abusador sabia que, por estar desaparecida há um tempo a cidade conhecia o rosto da menina, podendo facilmente ser reconhecida sem um véu.

Além disso, o fato dela ter sido raptada na própria casa levantou grande atenção da mídia no país todo, que estava de olhos atentos para qualquer informação que poderia salvar a vida da garota. O casal parecia não dar atenção para isso, circulando várias vezes na cidade.

Buscas

A própria irmã de Elizabeth foi capaz de fornecer uma descrição detalhada de Brian. Como elas dividiam quarto na época do crime, a garota foi crucial na criação de um retrato falado do abusador. Ela revelou que na noite do episódio, esperou duas horas na cama até avisar os pais, com medo de ser abordada pelo homem que havia levado a sua irmã.

Assim, não demorou para que os pais de Elizabeth, Ed e Lois fossem até a televisão em busca de ajuda para encontrar a filha. Ao mesmo tempo, Mary lembrou que a voz que escutou do sequestrador de sua irmã era de um homem que já tinha trabalhado na casa deles por um tempo. A polícia não levou a informação muito a sério, no entanto, os pais de Elizabeth contrataram um artista para fazer um retrato falado que foi distribuído para a mídia. Tudo era feito para salvar a filha, que sofria nas mãos do pedófilo.

Captura

Em março de 2003, Mitchell foi flagrado na cidade de Sandy, estado de Utah. Duas pessoas o reconheceram graças ao retrato falado que fora espalhado pelos principais meios de comunicação. A polícia foi rapidamente acionada e criou uma barreira policial na área.

Em um primeiro momento, Elizabeth não contou nada para os policiais, por medo. Brian havia criado uma narrativa mirabolante em caso de uma nova abordagem. Todavia, os oficiais conseguiram separar a garota do casal e fizeram perguntas em particular.

Um policial astutamente perguntou se a jovem era, na verdade, Elizabeth Smart. Para tirar o medo da menina, afirmou que os seus familiares estavam muito preocupados. Ela, então, deixou o medo de lado e revelou sua verdadeira identidade, sem temer pela família.

O casal criminoso

Brian e Wanda foram presos de imediato, e mais tarde sentenciados separadamente. Enquanto o homem foi condenado à prisão perpétua sem chance de condicional, Barzee foi sentenciada a somente 15 anos de prisão, conseguindo a liberdade em 2018.

O sequestrador acreditava ser uma espécie de "herói", e afirmou diversas vezes para Elizabeth durante o tempo que passou presa que era um anjo e um rei, que em sete anos seria apedrejado, morto, mas ressuscitaria para matar o anticristo. Smart faria parte de tudo isso como uma das diversas virgens que ele casaria, e a acompanharia nessa suposta batalha.

Elizabeth e mãe se encontram com presidente George W. Bush / Crédito: Wikimedia Commons

Apesar do terror vivido durante nove meses, Elizabeth conseguiu superar os momentos caóticos em paz. Atualmente, ela se tornou uma das mais reconhecidas ativistas para pessoas desaparecidas e vítimas de abuso em todo o planeta.


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