Confira algumas das principais histórias arqueológicas que marcaram o ano de 2024
Diversas descobertas arqueológicas marcaram o ano de 2024, revelando aspectos intrigantes do passado e levantando novas questões sobre antigas civilizações e seus enigmas. A seguir, confira cinco das maiores histórias arqueológicas do ano:
Em abril, uma equipe de arqueólogos revelou a descoberta de cinco esqueletos mutilados sob a antiga casa de Hermann Göring, na Polônia. Localizado na infame "Toca do Lobo", usada por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, o achado incluía restos de três adultos, um adolescente e uma criança, todos sem mãos e pés.
As circunstâncias das mortes permanecem um mistério, mas os pesquisadores levantaram hipóteses de tortura, execução ou assassinatos ocorridos após o abandono do complexo nazista. De acordo com o portal All That's Interesting, promotores poloneses abriram um inquérito de assassinato para investigar os eventos associados a esses restos mortais.
Em outubro de 2023, arqueólogos no Egito descobriram uma tampa de sarcófago do Novo Reino que acabou viralizando em 2024 devido à sua semelhança com a personagem Marge Simpson.
Representando a deusa Nut, a tampa pertencia a Tadi Ist, filha de um sumo sacerdote, e chamou atenção pela coloração amarela e pelo penteado azul, que remeteram ao famoso desenho animado. A descoberta fazia parte de uma escavação maior que revelou jarros canópicos, estatuetas Ushabti e o primeiro papiro completo da região de Garifa, contendo textos do Livro dos Mortos.
Durante uma escavação arqueológica na cidade belga de Pommerœul, pesquisadores descobriram o que inicialmente acreditavam ser um esqueleto romano enterrado em uma tumba. Contudo, análises de DNA e datação por radiocarbono revelaram um fato intrigante: apenas o crânio era de um humano galo-romano, enquanto os demais ossos datavam do final do Neolítico e pertenciam a pelo menos cinco indivíduos distintos.
Conforme relatado por La Brújula Verde, a análise indicou que esses ossos, provenientes de diferentes períodos históricos, foram reunidos muito tempo após as mortes de seus donos originais.
Os pesquisadores sugerem que, na era romana, alguém decidiu "completar" ou "reconstruir" o esqueleto de uma pessoa que havia habitado a mesma região anteriormente, adicionando um crânio e outros artefatos.
"A inclusão de um crânio galo-romano no indivíduo composto é clara, mas a motivação por trás disso permanece um mistério", explicaram os especialistas. Eles ainda cogitaram que a prática poderia estar relacionada a superstições ou a um desejo de estabelecer uma conexão simbólica com um antigo habitante da área.
Na tumba, também foram encontrados ossos de texugo e uma falange queimada, sugerindo possíveis rituais. No entanto, a natureza exata desses rituais permanece desconhecida. Os arqueólogos não conseguiram identificar quem teria reunido esses ossos antigos nem as razões para essa escolha.
Na região chinesa de Xinjiang, pesquisadores desvendaram um mistério que há décadas intrigava arqueólogos: pedaços encontrados junto a múmias da Idade do Bronze eram o queijo mais antigo do mundo, feito de leite de cabra e vaca.
O queijo kefir, enterrado ao redor do pescoço de algumas múmias, contava com bactérias e leveduras, as quais eram usadas para coagular o leite, reduzindo o teor de lactose e tornando-o digerível para a população Xiaohe, que era intolerante à lactose. A descoberta também destacou trocas culturais entre esta região e a estepe eurasiática na fabricação de alimentos.
Durante as escavações realizadas como parte do projeto de revitalização da mansão de Mount Vernon, antiga residência do primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, arqueólogos descobriram duas antigas garrafas de vidro.
Datadas entre 1740 e 1750, as garrafas foram encontradas sob o piso de tijolos da mansão e continham cerejas, caroços, caules e um "resíduo pegajoso" em seu interior. Segundo o The Washington Post, os pesquisadores transferiram o conteúdo para recipientes menores a fim de preservá-lo para análises futuras.
Existem cerejas inteiras e reconhecíveis", descreveu Jason Boroughs, arqueólogo-chefe de Mount Vernon, ao The Washington Post.
Embora se especule que as cerejas tenham sido armazenadas para produzir algum tipo de licor, os arqueólogos sugerem uma explicação diferente. Eles acreditam que parte do líquido encontrado pode ser água subterrânea infiltrada nas garrafas devido à deterioração das rolhas.
As cerejas teriam sido colhidas em Mount Vernon na década de 1770, provavelmente antes da Guerra Revolucionária, e enterradas entre 1758 e 1776 para preservação e uso futuro.
Segundo o The Washington Post, na época colonial, era comum conservar frutas para cozinhar ou assar, e não necessariamente para fabricar bebidas alcoólicas, como o popular cherry bounce, feito com conhaque, especiarias, açúcar e suco de cereja, que costumava ser armazenado em recipientes maiores.
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