No início deste ano, peças que haviam sido roubadas em 1983 foram finalmente devolvidas
Giovanna Gomes Publicado em 09/03/2021, às 11h03
No dia 31 de maio de 1983, duas importantes peças de armadura ornamentada foram roubadas do Museu do Louvre. Por mais estranho que pareça, elas foram devolvidas no início deste ano, após 38 anos desde seu desaparecimento, segundo informações do portal Live Science.
Os artefatos renascentistas datam do século 16, mais precisamente entre 1560 e 1580 e foram elaborados em Milão. Ambos foram obtidos pelo museu de Paris no ano de 1922, a partir de uma doação realizada por uma família de grandes banqueiros, os Rothschild.
De acordo com a Agence France-Presse (AFP), a armadura feita de metal e adornada com ouro e prata é muito valiosa, com um valor estimado em cerca de 603 mil euros, o que equivaleria a mais de 4,16 milhões de reais.
No início de 2021, em janeiro, um especialista em antiguidades militares que se encontrava em Bordeaux, na França, foi contatado por um leiloeiro para uma avaliação. Chegando ao local, ele suspeitou das origens do objeto e logo avisou as autoridades do Escritório Central Francês de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais (OCBC).
Foi então que elas perceberam que a armadura estava na lista de objetos roubados mantida pela Treima, banco de dados que armazena em torno de 110 mil fotos de cerca de 32 mil obras de arte e demais tipos de artefatos roubados.
De acordo com Philippe Malgouyres, curador de obras de arte do Louvre, em entrevista à AFP, o fato do capacete e do peitoral serem adornados com desenhos faz com que eles sejam considerados "armas de prestígio feitas com virtuosismo" o que, naquela época seria "o equivalente a um carro de luxo hoje".
"Eu tinha certeza de que um dia os veríamos reaparecer, porque são objetos muito singulares", disse Malgouyres à AFP. "Mas eu nunca poderia ter imaginado que daria tão certo - que eles estariam na França e continuariam juntos”. Contudo, a maneira como o artefato foi roubado ainda permanece um grande mistério.
Mas, aparentemente a devolução de artefatos roubados não é tão incomum na Europa quanto possamos imaginar.
Quando, no início de fevereiro, uma peça subtraída do sítio arqueológico de Pompeia havia 50 anos finalmente foi devolvida, muitas pessoas ficaram impressionadas.
Contudo, Massimo Ossana, diretor-geral interino da Superintendência Arqueológica de Pompeia, logo revelou que tratava-se de algo um tanto comum e que objetos roubados retornavam pelo correio "quase que semanalmente".
No Louvre, o maior de todos os roubos se deu em 1911, quando Vincenzo Peruggia levou consigo o famoso quadro da Mona Lisa, obra que permaneceu com o criminoso por dois anos, até que o homem foi finalmente apreendido.
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