Egípcios se acusam de serem apenas coadjuvantes enquanto outros países fazem descobertas relevantes sobre civilizações faraônicas
Penélope Coelho Publicado em 25/03/2020, às 13h00 - Atualizado às 14h00
Uma pesquisa feita em janeiro deste ano pela Universidade Royal Holloway de Londres, reproduziu a voz de um padre egípcio que havia sido mumificado há 3 mil anos. A pesquisa usou um antigo sacerdote e escriba chamado Nesyamun, e utilizando imagens de tomografia computadorizada de seu trato vocal surpreendentemente intacto, conseguiram recriar algo parecido com o som de sua voz.
Isso gerou discórdia no congresso Egípcio, e a parlamentar Shereen Farrag, criticou os ministérios da arqueologia e educação por não fazer descobertas semelhantes, e deixarem para países europeus explorarem a história do Egito.
"Enquanto cientistas da Europa estão revelando os segredos do Egito faraônico, cientistas e autoridades egípcias, que possuem centenas de múmias aqui, estão atrasadas na descoberta dos segredos de nossa própria civilização antiga". Declarou Farrag, em março.
Já outros parlamentares saíram em defesa do país afirmando que eles estão defasados em relação à Europa, por questões monetárias e afins. Muito foi feito para minimizar o estudo britânico, professores de universidades na cidade do Cairo chegaram a dizer que a voz das múmias sai naturalmente da boca, depois que o ar atinge as curvaturas do trato vocal.
Conflitos a parte, a múmia de Nesyamun está exposta no Leeds City Museum, ao norte da Inglaterra, e vinha gerando cada vez mais curiosidade nos visitantes, antes da pandemia do Covid-19.
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