As ruínas de mais de 2 mil anos impressionam por terem sido esculpidas a partir da rocha; entenda!
Em 1812, Johann Ludwig Burckhardt, um explorador suíço que tinha grande interesse pelo mundo árabe, descobriu as ruínas de um curioso local em meio ao deserto da Jordânia.
Apelidado de "Cidade Perdida", o sítio arqueológico revelaria um impressionante estilo arquitetônico, em que as construções foram esculpidas a partir das rochas de arenito presentes na região. Uma curiosidade é que, devido à cor rósea desse tipo de pedra, Petra também é por vezes chamada de "Cidade Rosa".
Os arqueólogos acreditam que o local teria sido fundado em 312 a.C. pelos nabateus, que eram um povo nômade do deserto, de forma que ele possui uma trajetória de mais de 2 mil anos.
Em seu auge, a localização estratégica de Petra a tornou um importante centro comercial — ela estava incluída, por exemplo, na famosa Rota da Seda. Assim, eram transportadas através da cidade rochosa mercadorias de lugares como Roma, Grécia, Síria, China e Arábia Saudita, conforme registrado pelo portal Segredos do Mundo, do R7.
Como consequência desse contato com tantas outras civilizações, a sociedade criada pelos nabateus teria ainda uma cultura e práticas religiosas muito diversificadas, trazendo influências de tradições encontradas em diversos outros pontos do mundo antigo. Sua própria arquitetura de tirar o fôlego, por exemplo, combina estilos greco-romanos e orientais.
Em 106 a.C., Petra acabou sendo tomada pelo Império Romano, e, posteriormente, acabou caindo nas mãos dos povos islâmicos.
O que realmente causou seu fim, todavia, não foi essa instabilidade política, e sim uma combinação entre a redução de sua importância econômica (devido ao crescimento em popularidade das rotas comercias marítimas) e também terremotos.
As ruínas que sobreviveram da Cidade Perdida até os dias atuais, vale apontar, resistiram a mais de um abalo sísmico. De acordo com o National Geographic, o lugar alcançou seu momento de menor relevância por volta de 700 d.C, que corresponde à etapa final do período bizantino. Foi nesta época que os nabateus a abandonaram.
Em 1985, Petra foi tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO devido à sua importância histórica e arqueológica. Já em 2007, ela foi classificada como uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
Apesar das inúmeras escavações que já ocorreram no local, que já revelaram várias tumbas reais, prédios e obeliscos, um detalhe interessante é que boa parte da cidade milenar ainda está escondida sob a areia. A informação foi comentada pelo arqueólogo Zeidoun Al-Muheisen, também segundo repercutiu o National Geographic:
Nós descobrimos apenas 15% da cidade. A grande maioria — 85% — ainda está na clandestinidade e intocada", afirmou o pesquisador.
Assim, embora hoje Petra já seja um impressionante ponto turístico com suas construções rochosas e passado rico, as explorações arqueológicas futuras ainda têm muito o que revelar a seu respeito.