Pesquisa mostra que moradores da capital eram 25 vezes mais propensos a adquirirem a doença em relação aos residentes da zona rural. No entanto, isso era apenas a ponta do iceberg
A Londres do século 18 estava repleta de sífilis. Bom, pelo menos é isso que aponta uma um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, que descobriu que uma em cada cinco pessoas que vivam na capital eram portadoras da doença sexualmente transmissível.
Além do mais, os londrinos da era georgiana também eram 25 vezes mais propensos a adquirirem a doença em relação aos moradores da zona rural de Cheshire e do noroeste do País de Gales.
O estudo envolveu minusculamente a pesquisa em arquivos do período, incluindo internações hospitalares para calcular a taxa de infecção por sífilis entre homens e mulheres até os 35 anos.
De acordo com os pesquisadores, a estimativa “mínima confiável” para a prevalência da doença na capital era de um quinto entre os moradores, no entanto, eles sugerem que essa enfermidade era apenas a ponta do iceberg. "Um número muito maior teria contraído gonorreia ou clamídia do que a sífilis nesse período".
Apesar de ser muito mais combatida nos tempos atuais, Londres permanece sendo a capital da sífilis nos Reino Unido. Para se ter uma ideia, em 2017, a cidade apresentou 3.397 casos da doença, o que representa quase metade de todas as ocorrências da Inglaterra.
"Entender as taxas de infecção também é uma maneira crucial de acessar uma das atividades humanas, práticas e comportamentos sexuais mais privados e, portanto, ocultos historicamente", diz Simon Szreter, um dos responsáveis pela pesquisa publicada na Economic History Review.