Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Brasil

Secretário da Saúde rejeita contraindicação de remédios ineficazes usando pesquisa irregular

Em nota técnica, Hélio Angotti Neto enalteceu o "potencial" de remédios como hidroxicloroquina e a ivermectina

Wallacy Ferrari Publicado em 05/02/2022, às 08h11

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Hélio Angotti Neto em evento oficial em 2020 - Anderson Riedel/PR
Hélio Angotti Neto em evento oficial em 2020 - Anderson Riedel/PR

Uma nota técnica defendendo o "kit Covid" lançada pelo Ministério da Saúde está na mira do Ministério Público Federal após se basear em uma pesquisa científica conduzida de forma irregular, como avaliou a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa). Contando com citações de médicos aliados ao governo Bolsonaro, o documento aponta eficácia da hidroxicloroquina e a ivermectina.

A nota, que recebe a assinatura do secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, chegou a ser usada como argumentação para vetar uma medida da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS) que orientava a contraindicação dos remédios ineficazes, apresentada em 7 de dezembro do ano passado, mas rejeitada pelo secretário no último dia 21.

Além dos remédios mais comuns, ele chegou a enaltecer a proxalutamida, remédio experimental em fase de testes, como um remédio promissor contra a covid-19, citando uma pesquisa do endocrinologista Flávio Cadegiani onde irregularidades nas normas de pesquisa foram encontradas; seu estudo deveria ser feito em Brasília, mas teve atuação no Amazonas, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com mais participantes do que nas normas aprovadas para os testes, como revelou a Folha de S. Paulo.

A pesquisa foi feita de maneira irregular, aprovou uma coisa e fez outra. Nunca vi uma pesquisa com essa quantidade de óbito. [...] Apesar de reiteradas solicitações emitidas ao pesquisador, não foram apresentadas justificativas para esse número de mortes", acrescentou Jorge Venâncio, coordenador da Conep.