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Notícias / Saguis

Saguis são capazes de dar nomes uns aos outros, diz estudo

Comportamento considerado um indício de cognição avançada somente havia sido observado em humanos, golfinhos e elefantes africanos

por Giovanna Gomes
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Publicado em 02/09/2024, às 10h00

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Imagem ilustrativa - Imagem de jctorres15 por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de jctorres15 por Pixabay

Um estudo publicado na revista Science revela que os macacos saguis também são capazes de dar nomes uns aos outros, um comportamento considerado um indício de cognição avançada, antes observado apenas em humanos, golfinhos e elefantes africanos.

A pesquisa, conduzida por uma equipe da Universidade Hebraica de Jerusalém, mostra que esses pequenos primatas usam chamadas agudas, conhecidas como "chamadas phee", para atribuir "etiquetas vocais" a outros membros do grupo, disse o portal UOL.

David Omer, principal autor do estudo, enfatizou a importância do comportamento social na evolução dos humanos, destacando que a sociabilidade é o que nos torna especiais em comparação com outros animais. Segundo ele, os saguis são ideais para estudar a evolução do comportamento social e da linguagem, pois vivem em pequenos grupos familiares e possuem traços semelhantes aos humanos.

Os pesquisadores, liderados por Guy Oren, gravaram interações entre saguis separados por uma barreira visual e com um sistema que reproduzia chamadas pré-gravadas. Eles descobriram que os saguis não apenas reconhecem quando uma chamada é dirigida a eles, mas também respondem mais frequentemente quando chamados pelo seu "nome".

O estudo envolveu dez saguis de três famílias diferentes, e os resultados mostraram que membros de um mesmo grupo familiar usavam sons similares para codificar diferentes nomes, de forma comparável aos dialetos humanos.

Evolução convergente

Embora os saguis sejam parentes distantes dos humanos, compartilhando um ancestral comum há cerca de 35 milhões de anos, Omer atribui esse comportamento à "evolução convergente", na qual espécies diferentes desenvolvem características semelhantes em resposta a desafios ambientais comparáveis. Nesse caso, a etiquetagem vocal pode ter sido essencial para manter a coesão social nas densas florestas tropicais da América do Sul.

O estudo sugere que ainda há muito a aprender com primatas não humanos sobre a evolução da linguagem, e que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta promissora para decifrar melhor essas complexas interações vocais.