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Notícias / Monge bizantino

Restos de monge bizantino de 1,5 mil anos são encontrados com anéis de ferro

Ao redor do pescoço, mãos e pés do monge bizantino há uma série de anéis de ferro que o prendem no local do sepultamento

Luisa Alves, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 04/01/2023, às 19h13

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Imagem dos restos do monge bizantino encontrados - Divulgação / Autoridade de Antiguidades de Israel
Imagem dos restos do monge bizantino encontrados - Divulgação / Autoridade de Antiguidades de Israel

Durante escavações em Khirbat el-Masani, em Israel, restos mortais de um monge bizantino que foi acorrentado com anéis de ferro, foram descobertos. No sítio arqueológico de Khirbat el-Masani já foi encontrado anteriormente uma igreja tri-absidal da era bizantina.

A igreja tri-absidal, encontrada por arqueólogos da Autoridade de Antiguidades, já fez parte de um mosteiro com uma estalagem para peregrinos itinerantes. Ela é parcialmente escavada na rocha e construída com silhares de calcário — uma pedra finamente trabalhada — que pode ter sido uma dedicação do padre Sabino ao São Zacarias.

Agora, os restos mortais de um monge de 1,5 mil anos foram encontrados pelos arqueólogos. Ele foi enterrado em uma cova ao lado de duas pequenas celas fechadas na abside central da igreja.

Muito provavelmente, o monge encontrado vivia dentro ou perto do complexo da igreja. Praticante do ascetismo, ele pode ter colocado-se em reclusão enquanto acorrentado dentro de uma cela isolada e fechada, como informou o Heritage Daily.

Arqueólogos durante escavações em Giv'at HaMatos, perto do Mosteiro Mar Elias, localizado entre Jerusalém e Belém, puderam descobrir, anteriormente, outro exemplo. Eles encontraram o enterro de um homem usando correntes de ferro ao redor da parte superior do corpo em uma caverna subterrânea composta por dois cubículos.

Ascetismo

O que chama a atenção é que ao redor do pescoço, mãos e pés do monge há uma série de anéis de ferro pesando dezenas de quilos. De acordo com os pesquisadores, esse simboliza um estilo de vida ascético, usando correntes para provar sua devoção.

Isso se deve ao fato de que os monges praticantes do ascetismo, em seu estilo de vida, praticavam a abstinência dos prazeres sensuais na busca da salvação redenção do pecado ou espiritualidade.

No caso de ascetismo mais extremo, os monges acorrentavam seus corpos a rochas ou dentro de uma cela, além de rezarem sentados em um pilar nos elementos, praticarem o confinamento solitário, abandonarem a higiene pessoal, praticarem a dor autoinfligida e o sofrimento voluntário.

A prática tem sua origem na Síria no século IV ou V d.C. A descoberta revela que essa forma de ascetismo extremo se espalhou até o sul da região de Jerusalém durante o período bizantino.