A rainha Camilla teria ficado “profundamente impactada” com o sofrimento de Gisèle Pelicot, francesa que sofreu quase uma década de abusos do marido
Redação Publicado em 13/03/2025, às 10h13
A rainha Camilla enviou uma carta pessoal de apoio a Gisèle Pelicot, francesa que sofreu quase uma década de abusos do marido e de dezenas de homens recrutados por ele nas redes sociais. A informação foi confirmada pelo Palácio de Buckingham nesta quinta-feira, 13.
O conteúdo da carta não foi revelado, seguindo o protocolo padrão da realeza para correspondências privadas. No entanto, um assessor real afirmou à revista Newsweek que Camilla teria ficado “profundamente impactada” com o sofrimento de Pelicot e quis reconhecer sua “dignidade e coragem extraordinárias”.
O assessor também destacou que a iniciativa partiu inteiramente da rainha, que escreveu a carta “para expressar seu apoio”.
[Camilla] foi profundamente impactada pelo caso de Pelicot na França e pela extraordinária dignidade e coragem dessa mulher ao se expor publicamente. Por que, como ela mesma disse, deveria se sentir como uma vítima ou se esconder envergonhada? Ela ajudou a destacar um problema social muito significativo, apesar de todo o sofrimento pessoal que enfrentou”, disse ao Newsweek.
Um dos advogados de Pelicot, Antoine Camus, confirmou à AFP que sua cliente recebeu uma carta do Palácio de Buckingham, mas evitou dar detalhes, ressaltando tratar-se de uma “correspondência privada”.
No entanto, em declaração anterior ao Le Monde, ele afirmou que a francesa ficou “surpresa, emocionada e bastante orgulhosa” por conseguir “levar sua luta até a Família Real britânica”.
Gisèle Pelicot foi vítima de uma década de abusos, sendo drogada e estuprada repetidamente pelo próprio marido, Dominique Pelicot. Ele recrutou dezenas de homens para violentá-la e registrou mais de 200 desses ataques em vídeo.
O caso, que chocou a França e o mundo, levou ao maior julgamento por estupro da história do país. Ao renunciar ao anonimato, Gisèle expôs publicamente os crimes que sofreu, transformando-se em um símbolo de resistência e chamando a atenção para a luta contra a violência sexual.
Seu ex-marido foi condenado em dezembro a 20 anos de prisão. Outros 50 acusados, com idades entre 27 e 74 anos, foram considerados culpados por estupro e receberam penas que variam de três a 15 anos de prisão.
