Petição online está reunindo assinaturas para pressionar o Comitê do Prêmio Nobel a incluir o nome de Gisèle Pelicot entre os indicados
Uma petição online no portal Change.org está reunindo assinaturas para pressionar o Comitê do Prêmio Nobel a incluir o nome da francesaGisèle Pelicot entre os indicados ao Nobel da Paz.
Pelicot tornou-se símbolo global no combate à violência sexual ao renunciar ao anonimato e enfrentar publicamente seus agressores. Sua coragem inspirou o movimento, que busca reconhecer sua contribuição como um passo crucial na promoção da paz mundial.
A francesa ganhou destaque internacional após testemunhar contra seu marido, que a drogava, e contra outros 50 homens que a estupraram. Os culpados, incluindo Dominique Pelicot, foram condenados nesta quinta-feira, com penas variando entre três e 20 anos de prisão. Gisèle, hoje com 71 anos, passou mais de uma década sendo vítima desse ciclo de abusos, mas conseguiu quebrar o silêncio e expor sua história ao mundo.
A iniciativa da petição foi lançada pela jornalista britânica Catherine Mayer, ex-editora da revista Time na Europa, autora de livros e fundadora do Partido da Igualdade das Mulheres no Reino Unido.
“A violência sexual é uma guerra contra as mulheres, e Gisèle Pelicot destacou esse fato de forma mais vívida do que ninguém antes, defendendo uma paz universal por meio de exemplo e em suas declarações”, afirma Mayer, de acordo com informações do portal Media Talks.
O texto da petição ressalta o impacto transformador de Pelicot, que enfrentou seus agressores em julgamento público, abrindo mão do anonimato para lançar luz sobre a violência sexual como um desafio global à paz.
Após o veredito, Gisèle fez um apelo por harmonia e compreensão mútua em sua declaração pública: “Quero que vocês saibam que compartilhamos a mesma luta. Quando abri as portas para este julgamento queria que toda a sociedade fosse testemunha dos debates que aconteceram aqui. Agora tenho confiança em nossa capacidade de encontrar um futuro melhor, onde todos, mulheres e homens, possam viver em harmonia com respeito e compreensão mútua.”
A campanha destaca que a violência sexual não apenas desfigura o conceito de paz, mas também é frequentemente usada como arma de guerra e persiste em todo o mundo de maneira endêmica.