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Notícias / Arqueologia

Adagas de bronze de 3.000 anos são descobertos em milharal na Alemanha

Duas adagas da Idade do Bronze foram descobertas em um campo de plantação de milho na cidade de Kutenholz, na Alemanha; confira!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 01/04/2025, às 12h12

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Adaga de bronze descoberta em milharal na Alemanha - Divulgação/Stade District/Christian Schmidt
Adaga de bronze descoberta em milharal na Alemanha - Divulgação/Stade District/Christian Schmidt

Recentemente, arqueólogos descobriram em meio a um milharal no município de Kutenholz, na região da Baixa Saxônia, na Alemanha, duas impressionantes adagas da Idade do Bronze surpreendentemente bem preservadas.

Datados de mais de 3.000 anos atrás, os artefatos são consideradas as primeiras descobertas da Idade do Bronze na região. O achado fornece novas percepções sobre como eram as práticas rituais nas comunidades mais antigas da parte oriental da Europa Central.

Segundo descrito em comunicado do Portal de serviços do distrito de Stade, o primeiro sinal da descoberta surgiu ainda em 2017, quando o detector de metais Frank Hoferichter detectou algumas peças de bronze no campo. Então, em colaboração com o arqueólogo distrital, Daniel Nösler, foi formado um grupo de pesquisa para explorar o local.

Desde 2023, pesquisadores da Universidade de Hamburgo conduziam pesquisas geomagnéticas no campo, permitindo a detecção de anomalias subterrâneas mesmo sem a necessidade de escavar. Essas pesquisas acabaram indicando a presença de dois grandes objetos soterrados, que, finalmente, foram escavados.

Milharal em que ocorreu escavação na Alemanha / Crédito: Divulgação/Archaeology Group Stade/Franz Kraus

Adagas ritualísticas?

A escavação revelou duas adagas enterradas a cerca de apenas 30 centímetros de profundidade, o que surpreendeu os pesquisadores, devido às boas condições de preservação que elas apresentam, além de a área ter sido utilizada para fins agrícolas por anos.

Foi um golpe de sorte que as adagas não tenham sido destruídas em uma profundidade tão rasa na área, que foi cultivada com equipamentos agrícolas durante anos", disse Daniel Nösler em declaração.

Feitas de bronze — uma liga de cobre e estanho —, as adagas datam de cerca de 1.500 a.C. e, segundo os especialistas, possivelmente elas eram presas a cabos de madeira inicialmente, estes que já se deterioraram.

Tobias Mörtz, professor e especialista em depósitos de armas da Idade do Bronze na Universidade de Hamburgo, complementa na declaração que, possivelmente, as adagas não foram usadas em combate, e foram enterradas no solo apenas como oferendas rituais. "As adagas provavelmente tinham significado ritual com um fundo religioso ou ideológico", afirma.

As duas lâminas foram encontradas verticalmente na elevação mais alta da área de Kutenholz, a 28 metros acima do nível do mar. Uma delas foi descoberta em pé, enquanto a outra estava ligeiramente inclinada, possivelmente sendo deslocada após séculos de aração da terra.

Além disso, os pesquisadores também pontuam que a ausência de sepulturas humanas ou outros artefatos na área apoia a teoria de que elas eram apenas simbólicas ou cerimoniais, e não bens funerários ou armas práticas, repercute o Archaeology News.

Agora, as duas adagas foram transferidas para a Universidade de Hamburgo, onde devem ser examinadas de maneira mais detalhada e, eventualmente, restauradas. Os pesquisadores esperam que futuros estudos revelem mais sobre como eram as práticas religiosas e culturais das sociedades da Idade do Bronze na região.