O suspeito, identificado apenas como Balvir S, estaria exercendo a atividade há pelo menos dois anos
Promotores alemães acusam um indiano de espionar uma comunidade siquista e ativistas da Caxemira na Alemanha, a mando do serviço de inteligência da Índia. A atividade seria exercida há mais de dois anos.
A promotoria federal disse nesta quarta-feira, 13, que as acusações de espionagem contra o suspeito, identificado apenas como Balvir S — conforme as regras de privacidade alemãs —, foram apresentadas em um tribunal estadual em Frankfurt.
Balvir é acusado de concordar em passar informações sobre os siquistas e o "movimento da Caxemira" e assuntos relacionados para um funcionário da ala de pesquisa e análise da Índia — a agência de inteligência estrangeira da Índia —, desde, ou antes, de janeiro de 2015.
Segundo os promotores, o suspeito mantinha contato telefônico e pessoal regular com o oficial de inteligência da Alemanha e transmitiu informações "em numerosos casos" até dezembro de 2017. Não foi especificado se o suspeito está sob custódia.
"Ele supostamente forneceu informações sobre figuras na cena da oposição siquista e o movimento da Caxemira e assuntos relacionados na Alemanha, e passou isso para seus manipuladores que estavam trabalhando no consulado geral da Índia em Frankfurt", disse o tribunal regional superior da cidade em uma declaração no início desta semana. O julgamento será aberto em 25 de agosto.
O mesmo tribunal de Frankfurt condenou um casal indiano por espionar as mesmas comunidades em dezembro do ano passado. Na ocasião, o marido recebeu uma sentença de prisão de 18 meses por atuar como agente de inteligência estrangeiro e sua esposa foi multada em 180 dias de salário por ajudá-lo.
Índia e Paquistão disputam a Caxemira desde que se tornaram independentes e se separaram em 1947, com os rivais nucleares travando duas de três guerras na região. Dezenas de milhares de pessoas morreram em batalhas travadas por lá desde 1989.