Estudantes entre 19 e 43 anos denunciaram professor ao Ministério Público de Santa Catarina por assédio sexual
Ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), um grupo de mulheres entre 19 e 43 anos denunciou o professor Elisandro Lotin de Souzapor assédio sexual.
Ex-sargento da reserva da Polícia Militar, o docente — afastado desde julho da faculdade de direito da Associação Catarinense de Ensino (ACE) — já foi condecorado por suas ações contra o assédio em seus tempos de polícia. As informação são do Universa, no UOL.
Porém, segundo uma de suas ex-alunas, o comportamento de Elisandro era completamente diferente daquele que um dia já pregou. Durante uma aula online, uma estudante (identificada com o nome fictício de Larissa) aponta que o docente fechou a câmera antes de lhe enviar uma mensagem em particular.
Eu libero você de fazer o trabalho, mas vamos sair comigo", disse em entrevista ao Universa, do UOL.
Após o episódio, ela descobriu que outras colegas já sofreram com ‘investidas’ parecidas de Lotin, que é acusado de enviar fotos seminu e de fazer comentários constrangedores durante suas aulas presenciais. "Escutei coisas como 'delícia' e 'você está muito deliciosa com essa roupa'", disse outra vítima.
Após as denúncias ao MP-SC, as autoridades apreenderam o celular de Elisandro, que está proibido de se aproximar ou ter contato com qualquer uma das denunciantes e testemunhas da investigação.
De acordo com o Universa, 18 depoimentos já foram colhidos pelos policiais; sendo 10 de vítimas e o restante de testemunhas. Num primeiro momento, 15 estudantes haviam iniciado uma mobilização para denunciar o docente, mas algumas acabaram desistindo por medo de represálias.
Pedro Alves, delegado que está à frente do caso, aponta que Lotin pode ser enquadrado pelos crimes de importunação sexual, assédio sexual, ameaça, perseguição e violência psicológica contra a mulher caso as denúncias se confirmem.
Por outro lado, os advogados de defesa do professor, Danúbia Medeiros Bächtold e Guilherme Luciano Vieira, negam todas as acusações e apontam que Elisandro "não ofereceu vantagem acadêmica, não ameaçou, não intimidou e não coagiu".
O que se tem contra o investigado é apenas uma narrativa incriminatória", completaram.
Entretanto, reconheceram que o mesmo chegou a ter um relacionamento extraconjugal com uma aluna, com quem manteve uma troca mútua e consensual de mensagens íntimas.