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Notícias / Brasil

Polícia quebra memorial de mortos de operação em Jacarezinho

Alvo de críticas da corporação desde inauguração, foi destruído na última quarta-feira, 11

Redação Publicado em 12/05/2022, às 09h45 - Atualizado às 09h46

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Destruição de memorial de vítimas de "Chacina de Jacareinho" - Divulgação - Polícia Civil Rio de janeiro
Destruição de memorial de vítimas de "Chacina de Jacareinho" - Divulgação - Polícia Civil Rio de janeiro

Memorial criado para homenagear as 28 pessoas mortas durante a operação militar de Jacarezinho — zona norte do município do Rio de Janeiro, em 6 de maio de 2021, foi alvo de destruição na tarde de quarta-feira, 11, por funcionários da 25ª Delegacia Policial (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

A oba, que tinha o intuito de não deixar as pessoas esquecerem das vítimas, foi elaborada 5 dias atrás. Revoltado com a situação, o advogado e morador da região, Joel Luiz Costa, deu uma forte declaração conforme apurado pela Coluna de Chico Alves, no UOL. 

"O que fica é: isso aconteceu, não pode mais acontecer e temos que lembrar para que não mais aconteça. Não basta banalizar o derramamento de sangue, eles ainda tripudiam na nossa resistência. Seguiremos resistindo”, disse o advogado.

A Polícia Civil declarou que o memorial poderia ser encarado como “uma apologia às drogas”, por todos os nomes escritos nas peças, serem de traficantes com passagem nas delegacias.

Isso se junta ao fato de que ainda apresentava uma mensagem falando sobre o policial morto durante a operação, André Leonardo de Mello Farias, sem autorização da esposa ou familiares do agente.

O caso chamou a atenção na corporação, que quando souberam da notícia, começaram a protestar para uma ação de destruição do local, que ficou conhecido como "Chacina de Jacarezinho", conforme apurado pelo portal G1.

"Memorial de traficantes ilegal no chão. Respeito voltou", ironizou o ex-secretário da Policia Civil em rede social, Allan Turnowski.

Caso vai se tornando tema de debate político

Renata Souza, deputada estadual do PSOL, repudiou o ato:

"Tiraram a vida dos nossos e negam o direito à memória!".

Ainda no tema, a vereadora Monica Benício, também do PSOL, viúva de Marielle Franco, denomina as atitudes como "mais um ato de truculência e barbárie".