Conhecidos pelas tatuagens e pinturas de guerra, os pictos esculpiam uma série de símbolos em pedra, osso e metais
Resultados de novas escavações indicam que os pictos, povo que viveu na Escócia durante a Antiguidade e a Idade Média, podem ter desenvolvido sua própria linguagem escrita há cerca de 1 700 anos.
Arqueólogos do projeto Northern Picts analisaram pedras com símbolos pictos localizadas no sítio arqueológico de Dunnicaer, onde cientistas já haviam encontrado restos de um forte.
No novo estudo, os especialistas descobriram que o forte foi utilizado entre os séculos 2 e 4 d.C., o que sugere que as pedras, encontradas perto da muralha do forte, foram esculpidas na mesma época. Símbolos pictos também já foram encontrados em ossos, peças de metal e outros artefatos.
Segundo Gordon Noble, um dos autores da pesquisa, “tem havido um crescente consenso de que os símbolos dessas pedras são uma das primeiras formas de linguagem”.
Os pictos (“pessoas pintadas”), chamados assim por suas tatuagens e pinturas de guerra, lutaram contra a conquista da Escócia pelo Império Romano. De acordo com os relatos romanos, os pictos eram um povo feroz e poderoso que praticava o poliamor.
Os cientistas concluíram que a linguagem picta foi desenvolvida em 3 ou 4 d.C., inspirada pelos romanos. Enquanto os pictos lutavam contra os invasores, que usavam um sistema de escrita, tiveram a ideia de criar sua própria linguagem. Em vez de adotar o latim, os pictos criaram um sistema de escrita bem diferente daquele usado pelos romanos.
A escrita picta surgiu na mesma época em que o sistema de runas foi desenvolvido na Escandinávia. Outro, conhecido como ogham, surgiu na Irlanda. “Assim como runas e ogham, os símbolos pictos provavelmente também foram criados além da fronteira em resposta à alfabetização romana”, escreveram os pesquisadores.