O "Yorkicistis haefneri" teria vivido durante a explosão cambriana
O paleontólogoChris Heafner fez uma nova descoberta recentemente, em York, na Pensilvânia: um fóssil identificado como um parente de 510 milhões de anos das estrelas-do-mar e dos ouriços-do-mar da atualidade. A criatura antiga recebeu o nome de Yorkicistis haefneri, em homenagem ao seu local de descoberta e descobridor.
O animal teria vivido entre 539 e 485 milhões de anos atrás, no período chamado de "explosão Cambriana", que é caracterizado pelo início do surgimento de diversos filos animais que existem até hoje.
O Yorkicistis haefneri foi classificado como uma das primeiras espécies do grupo dos equinodermos — mesmo grupo das estrelas-do-mar e ouriços-do-mar — por ter, entre outras características, cinco braços irradiando de sua boca.
No entanto, "o Yorkicistis se mostrou um grande desafio, pois não se sabe de nenhum animal semelhante, nem vivo nem extinto", disse Samuel Zamora, paleontólogo titular do Instituto Geológico e de Minas da Espanha,, em entrevista ao The Conversation.
A maioria dos equinodermos atuais possuem um esqueleto interno formado por placas porosas de calcita, com exceção de pepinos-do-mar e algumas espécies que ficam enterradas no fundo do mar. Nota-se, porém, uma diferença entre a calcificação nos 'braços' e no restante do corpo do Yorkicistis haefneri, que é descalcificada.
Acredita-se que essa diferença em seu corpo tenha tido a finalidade preservar energia para a realização de outros processos metabólicos, como alimentação ou respiração. Porém, é possível que a descoberta possibilite aos cientistas compreenderem mais não apenas sobre estrelas-do-mar, mas também sobre alguns dos animais sem esqueleto interno que temos hoje em dia.