Nikolay G. Zverkov notou semelhanças intrigantes entre os animais do gênero Nannopterygius, que viveu há 150 milhões de anos
O paleontólogo Nikolay G. Zverkov, da Academia de Ciências da Rússia, usou um equipamento bem inusitado para estudar fósseis de ictiossauro: uma vara de pescar. E o resultado foi excelente - com a vara, ele tirou fotos que revelaram informações inéditas sobre o gênero do dinossauro Nannopterygius enthekiodon.
Os resultados da descoberta foram publicados no jornal científico Zoological Journal of the Linnean Society. Com o objetivo de fazer uma comparação, Zverkov enviou as fotos, que tirou no Museu de História Natural de Londres (NHM), para sua colega, a paleontóloga Megan L Jacobs, da Universidade de Baylor, nos EUA.
O resultado foi que o pesquisador confirmou sua hipótese sobre o gênero da espécime: tratava-se do mesmo que ele tinha visto em algumas coleções russas. Além disso, a estrutura esquelética do ictiossauro registrado por Zverkov também era muito semelhante a de alguns ictiossauros que sua colega estudava na costa do Canal da Mancha e no Reino Unido.
Quando os dois especialistas compararam suas pesquisas, descobriram que os espécimes da Inglaterra e da Rússia pertenciam ao mesmo gênero. Dessa forma, foi possível notar que aquele gênero de ictiossauro era o representante mais jovem e também um animal bem mais comum do que se pensava.
"O seu ictiossauro de um metro e meio de altura de cerca de 150 milhões de anos atrás era o menos conhecido e acreditava-se estar entre os ictiossauros mais raros", explicou em comunicado Jacobs sobre o animal fotografado.
Segundo ela, as fotos de seu amigo permitiram encontrar fósseis do mesmo gênero de ictiossauro em várias coleções ao redor do mundo, não só no Reino Unido e na Rússia, mas também no Ártico. E várias outras espécies de Nannopterygius também foram detectadas. "Podemos dizer que Nannopterygius é um dos gêneros mais difundidos de ictiossauros no Hemisfério Norte", afirmou.