Apelidada de "mamute" da ilha, o animal foi descoberto por meio de um fóssil
Uma nova espécie de tartaruga gigante foi descoberta em Madagascar, infelizmente com um milênio de atraso: ela já está extinta, ganhando o apelido de “mamute” da ilha.
A espécie foi descoberta por cientistas que pesquisavam a linhagem das tartarugas gigantes que já viveram em Madagascar e outras ilhas do Oceano Índico. Os pesquisadores encontraram uma única tíbia (osso inferior da perna) da tartaruga extinta e descobriram que se trata de uma nova espécie, nunca catalogada, depois de uma análise do DNA nuclear e mitocondrial do fóssil.
A enorme tartaruga foi nomeada Astrochelys rogerbouri em homenagem ao biólogo e especialista em tartarugas gigantes do oeste do Índico Roger Bour, que faleceu em 2020. O espécime encontrado tem aproximadamente 1000 anos.
A pesquisadora e co-autora do estudo Karen Samonds explica que eles chegaram nessa datação comparando o sequenciamento do genoma dessa nova espécie com o de outras já catalogadas e com datação por radiocarbono, técnica usada para datar a idade de materiais ricos em carbono.
As ilhas do oeste do Oceano Índico eram cheias de tartarugas gigantes que podiam pesar até 272kg. Hoje, ainda existem 100,000 tartarugas vivendo em Aldabra, um atol no sul do arquipélago das Seychelles. Para entender os ecossistemas daquelas ilhas, Samonds diz que é necessário pesquisar as tartarugas gigantes e entender quantas eram, onde viviam e como chegaram naquelas ilhas.
Tartarugas gigantes eram criadas e vendidas por marinheiros europeus por sua carne e pelo “óleo de tartaruga”, o que também colaborou para a extinção de muitos desses animais. Um exemplo disso é retratado no filme vencedor do Oscar de 'Melhor Filme Estrangeiro' em 1987. “A Festa de Babette”, se passa na segunda metade do século 19 e retrata um banquete com sopa de tartaruga, iguaria exótica e apreciada na gastronomia francesa.