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Notícias / Mundo

Morre mãe que admitiu ter matado o filho diagnosticado com câncer terminal

Antonya Cooper confessou ter dado dose letal de morfina ao filho há 40 anos para aliviar seu sofrimento; sua morte reacende debate no Reino Unido

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 08/07/2024, às 18h02

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Antonya Cooper - Arquivo Pessoal
Antonya Cooper - Arquivo Pessoal

Antonya Cooper, de 77 anos, faleceu no último final de semana. Há quarenta anos, ela deu uma dose letal de morfina a seu filho de sete anos, Hamish, que sofria de câncer terminal.

Cooper fez essa revelação em uma entrevista recente à BBC Radio Oxford, visando destacar a necessidade de mudanças na legislação de morte assistida no Reino Unido.

Antonya, que também foi diagnosticada com câncer de mama, pâncreas e fígado, utilizou sua própria experiência para argumentar a favor da morte assistida. “Não fazemos isso com nossos animais de estimação. Por que deveríamos fazer isso com humanos?”, questionou ela durante a entrevista.

Tabitha, filha da britânica, afirmou que sua mãe faleceu "em paz, sem dor, em casa e cercada por sua amorosa família". "Foi exatamente do jeito que ela queria. Ela viveu a vida em seus termos e morreu em seus termos," disse Tabitha em declaração à BBC.

Após a revelação de Cooper sobre a morte de seu filho, a polícia de Thames Valley visitou a família para investigar o caso. Ajudar alguém a morrer é ilegal no Reino Unido, no entanto, o debate sobre a morte assistida tem ganhado força. O primeiro-ministro Keir Starmer prometeu permitir que o parlamento discuta a questão.

A mulher contou que seu filho, Hamish, diagnosticado com neuroblastoma em estágio 4 aos cinco anos de idade, sofreu uma dor intensa e prolongada.

Na última noite dele, quando ele disse que estava com muita dor, eu perguntei: 'Você gostaria que eu aliviasse a dor?' e ele disse: 'Sim, por favor, mamãe.' E através do cateter Hickman, dei-lhe uma grande dose de morfina que silenciosamente acabou com sua vida,” relatou Cooper.

Inicialmente, foi previsto apenas três meses de vida a criança, entretanto, após 16 meses de tratamento no hospital Great Ormond Street, ele ainda sofria de dores intensas. Cooper enfatizou que seu ato foi uma resposta ao pedido desesperado de seu filho para alívio da dor.

Grande debate

A confissão da mãe gerou uma resposta imediata das autoridades. Segundo o 'The Guardian', a polícia de Thames Valley declarou estar ciente dos relatos sobre um caso de morte assistida de um menino de sete anos em 1981 e informou que investigações estão em andamento.

O debate sobre a morte assistida tem mostrado uma mudança significativa na opinião pública e entre parlamentares. Em 2015, a proposta de legalizar a morte assistida foi rejeitada por 330 votos a 118, mas pesquisas recentes indicam que 75% da população agora apoia a legalização.

Cooper argumentou que permitir que pessoas com doenças terminais escolham a morte assistida é uma questão de dignidade. "Eu sinto muito fortemente que, no momento em que meu filho me disse que estava com dor e me perguntou se eu poderia remover sua dor, ele sabia o que iria acontecer... Era a coisa certa a fazer,” disse ela.


*Sob supervisão;