“Quando os animais estão doentes, eles geralmente encontram menos indivíduos”, explicaram os pesquisadores em parte do artigo publicado na Behavioral Ecology
De acordo com uma pesquisa publicada na Behavioral Ecology, da Oxford Academic, os Morcegos-vampiros selvagens se distanciam socialmente quando estão doentes, passando menos tempo em suas comunidades.
Na natureza, pesquisadores americanos injetaram endotoxinas — que estimulam uma resposta imunológica — em morcegos, fixaram-nos com sensores de proximidade e registraram seus movimentos nos dias seguintes.
Assim, eles descobriram que os animais infectados passavam menos tempo com outras espécies do grupo e, por consequência, eram menos conectados socialmente a companheiros de grupos saudáveis. Os especialistas afirmam que o "distanciamento social" induzido por doenças é, provavelmente, comum entre as espécies.
“Quando os animais estão doentes, eles geralmente encontram menos indivíduos”, explica um trecho do estudo. “Nós rastreamos esse efeito não intencional de 'distanciamento social' hora a hora em uma colônia selvagem de morcegos vampiros”.
“À medida que a tecnologia de rastreamento melhora a capacidade de criar redes sociais animais dinâmicas, a partir de grandes conjuntos de dados de alta resolução, esperamos obter novos insights sobre os padrões e processos subjacentes à disseminação de patógenos, informações ou estados comportamentais", explicam.
Para realizar os estudos, os pesquisadores capturaram 31 morcegos-vampiros fêmeas adultas de uma árvore oca em Lamanai, Belize, na América Central. A equipe injetou, em metade dos morcegos, uma endotoxina, também conhecida como lipopolissacarídeos — uma substância que desafia o sistema imunológico, para deixá-los doentes. Enquanto isso, a outra metade recebeu inofensivas injeções de solução salina.
Os pesquisadores, então, colaram sensores de proximidade aos morcegos e os soltaram de volta em sua árvore. “Os sensores nos deram uma janela nova e surpreendente de como o comportamento social desses morcegos mudava de hora em hora e mesmo de minuto a minuto durante o dia e a noite, mesmo enquanto eles estavam escondidos na escuridão de uma árvore oca”, disse o autor principal do estudo, Simon Ripperger, da Ohio State University.